Bolsonaro diz que Petrobras precisa de "alguém mais profissional"
Comando da estatal tem novos indicados pelo governo. Nomes deverão ser referendados na assembleia-geral nesta quinta
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Após demitir Silva e Luna da Presidência da Petrobras e ver dois indicados desistirem dos cargos, o presidente Jair Bolsonaro avaliou, nesta segunda-feira, que o comando da estatal precisava de "alguém mais profissional" e reconheceu os desgastes provocados pelo aumento dos combustíveis e as trocas de comando da empresa.
"Um dos motivos principais [da troca] é [ter] alguém mais profissional lá dentro, para poder dar transparência. A Petrobras não usa seu marketing, ela não fala", disse. "Tudo cai no meu colo na questão da Petrobras. Eu não apito nada e cai no meu colo e, obviamente, é um ponto de desgaste enorme para mim", acrescentou.
Silva e Luna foi demitido do comando da estatal no final de março em meio aos aumentos do preço dos combustíveis e as críticas feitas por Bolsonaro em relação a política de preços da Petrobras.
A empresa adota o modelo PPI (Preço de Paridade Internacional), que faz com que os preços de gasolina, etanol e diesel acompanhem a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.
Depois, o governo indicou o economista Adriano Pires para chefiar a estatal, mas ele desistiu de assumir o cargo após questionamentos sobre conflito de interesses. O consultor é diretor-fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), consultoria que diz ser uma das cem mais influentes do Brasil no setor de energia e referência no setor de infraestrutura.
A desistência de Pires ocorreu na esteira de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo indicado para o Conselho de Administração da Petrobras – ele também renunciou à indicação.
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Na sequência, o governo indicou José Mauro para a presidência. O nome precisa ser referendando na assembleia-geral da Petrobras, prevista para esta quinta-feira (13) – o governo tem a maioria das ações e o nome deve ser confirmado.
Mauro é ex-secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, e já atuou como diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE. Ele é bacharel em química industrial, mestre em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia e doutor em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro.