EUA proíbem qualquer transação com o Banco Central da Rússia
Japão também anunciou medidas contra país governado por Vladimir Putin
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Os Estados Unidos proibiram todas as transações com o Banco Central da Rússia, anunciou o Departamento do Tesouro. A sanção tem efeito imediato e é de uma gravidade sem precedentes. Ela foi tomada em coordenação com vários aliados de Washington, em resposta à invasão da Ucrânia.
"Esta decisão tem o efeito imobilizar todos os ativos que o Banco Central da Rússia tem nos Estados Unidos ou que estão nas mãos de cidadãos americanos", afirma um comunicado, o que limitará consideravelmente a capacidade de Moscou para defender sua moeda e apoiar sua economia.
Washington emitiu a proibição antes da abertura dos mercados americanos. A decisão limitará, severamente, a capacidade de Moscou de usar suas abundantes reservas de divisas para comprar rublos.
As operações para defender o rublo, em franca queda, "não serão mais possíveis e a 'fortaleza Rússia' se encontra indefesa", disse um funcionário de alto escalão do governo americano.
A mesma fonte considerou que essas sanções coordenadas vão deflagrar um "círculo vicioso" para a economia russa e antecipou: "A inflação certamente vai disparar, o poder aquisitivo entrará em colapso, os investimentos entrarão em colapso".
"Nosso objetivo é garantir que a economia russa se contraia, enquanto o presidente Putin decidir seguir adiante com a invasão da Ucrânia", acrescentou o alto funcionário.
Ontem, os Estados Unidos também implementaram sanções contra o Fundo Russo de Investimento Direto, uma instituição financeira pública usada para arrecadar fundos no exterior e liderada por Kirill Dmitriev, um colaborador próximo do presidente Vladimir Putin. "Este fundo e sua gestão são símbolos da profunda corrupção na Rússia e de seu tráfico de influências" no exterior, completou.
Japão também aplicará sanções
Quem também anunciou novas medidas contra os movimentos da Rússia foi o Japão. O país afirmou que aplicará sanções ao presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, e ao Banco Central do país governado por Vladimir Putin - informou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
"Dado o aparente envolvimento de Belarus nesta agressão, vamos adotar sanções contra o presidente (bielorrusso, Alexander) Lukashenko, e contra outros indivíduos e organizações, assim como medidas de limitação das exportações", declarou Kishida, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Ele acrescentou que, em consonância com as medidas internacionais contra a Rússia, "decidimos impor sanções para limitar as transações com o Banco Central russo".
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Esses anúncios estão em sintonia com as pressões do G7 - grupo das economias mais avançadas do mundo, do qual o Japão faz parte - à Rússia pela invasão da Ucrânia. As medidas do grupo incluem sanções às instituições financeiras de Moscou e às vendas de semicondutores para a Rússia.
Além dos US$ 100 milhões em empréstimos prometidos pelo Japão para a Ucrânia, Kishida ofereceu outros US$ 100 milhões para ajuda humanitária de emergência para Kiev.