Porto Alegre fecha 2021 com inflação maior que a nível nacional, diz IBGE
Capital terminou o ano passado com índice em 10,99%
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Dados divulgados nesta terça-feira apontam que Porto Alegre fechou 2021 com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 10,99%, maior que o indicador econômico registrado a nível nacional no período (10,06%). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Capital gaúcha acumulou entre as regiões a quarta maior variação do IPCA no ano passado.
Porto Alegre registrou mais do que o dobro de variação de inflação de 2020 (4,22%). A Capital em 2021 fica atrás somente de Curitiba (PR), Vitória (ES) e Rio Branco (AC), que terminaram o ano passado com o IPCA em 12,73%, 11,50% e 11,43%, respectivamente.
Logo atrás de Porto Alegre estão Campo Grande (MS), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), com 10,92%, 10,78% e 10,63%. Quem teve o menor IPCA entre as regiões foi Belém (PA) em 2021, com o indicador se fixando em 8,10%.
No mês de dezembro, Porto Alegre teve variação de 0,83%, novamente maior do que a do Brasil no período (0,73%). Finalizando 2021 com os 10,06%, o país atingiu o maior patamar da inflação em seis anos.
A disparada, ainda menor do que a que chegou a ser esperada por analistas financeiros entre os meses de novembro e de dezembro, representa quase o dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para 2021, de 5,25%. O limite máximo perseguido levava em conta uma tolerância de 1,5 ponto percentual.
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Apesar da desaceleração do IPCA nos dois últimos meses do ano passado, os grandes vilões do indicador continuaram os mesmos: os combustíveis e a energia elétrica, que conta com a manutenção da tarifa de escassez hídrica desde setembro, com a cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100kWh consumidos.
O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, explica que a alta no preço dos combustíveis fez com que o grupo de transportes tivesse a maior variação de preços ao longo do ano passado, de 21,03%. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, analisa Kislanov.
Outro destaque nos Transportes foi o preço dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), motivado pela falta de alguns componentes na cadeia produtiva do setor. "Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel” explica o pesquisador.