Presidente da Evergrande pede esforços para honrar obrigações

Presidente da Evergrande pede esforços para honrar obrigações

Conglomerado privado tem uma dívida de cerca de 300 bilhões de dólares

AFP

Presidente da Evergrande pede esforços para honrar obrigações

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O presidente da gigante imobiliária chinesa Evergrande, profundamente endividada, cuja possível falência pode perturbar a economia, pediu ao grupo que "faça o que puder" para cumprir suas obrigações - informou a imprensa oficial nesta quinta-feira (23). O conglomerado privado tem uma dívida de cerca de US$ 300 bilhões. Uma inadimplência pode causar uma forte desaceleração no setor da construção na China e ter consequências nos mercados mundiais. Sob forte pressão, Evergrande também enfrenta há várias semanas furiosos protestos de compradores de apartamentos e investidores, exigindo sua casa, ou seu dinheiro.

Na quarta-feira (22), o presidente do grupo, Xu Jiayin, reuniu mais de 4 mil funcionários da empresa para pedir a eles "que dediquem toda sua energia à retomada do trabalho e da produção e à entrega de bens imóveis", informou o "China Securities Journal". Xu, que já foi uma das maiores fortunas da China, também enfatizou que o grupo deve "fazer tudo o que puder para honrar" suas obrigações. 

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Nesta quinta-feira (23), expirava o prazo para a empresa pagar US$ 83,5 milhões de juros sobre um título em moeda americana. E a noite chegou sem que a Evergrande tenha comunicado um possível pagamento. Caso o prazo não tenha sido cumprido, Evergrande terá um período de carência de 30 dias antes de ser declarada inadimplente. Incapaz de obter empréstimos nos mercados internacionais e com liquidez limitada, o grupo tentou reembolsar alguns de seus credores em espécie, oferecendo vagas de estacionamento e imóveis inacabados.

"Apenas com a retomada plena do nosso trabalho, da nossa produção, das nossas vendas e das nossas operações, poderemos garantir os direitos e interesses dos proprietários dos apartamentos e assegurar o pagamento dos investidores", disse Xu Jiayin na manhã de quarta-feira (22), de acordo com o "China Securities Journal". O temor de uma repetição na China, segunda maior economia do mundo, do cenário do Lehman Brothers, cuja falência precipitou a crise de 2008 nos Estados Unidos e no mundo, abalou os mercados financeiros nos últimos dias.

Enquanto isso, o governo chinês não informou se intervirá em favor do conglomerado privado. De acordo com a agência financeira Bloomberg, recentemente, os entes reguladores aconselharam a Evergrande a se concentrar na conclusão dos imóveis em construção e no pagamento dos investidores individuais, evitando o calote de seus títulos em dólares.

Mas "não há indicação de que os reguladores tenham oferecido apoio financeiro à Evergrande" pelos juros vencidos nesta quinta, escreveu a agência.O governo central disse às comunidades locais para "estarem preparadas para uma possível falência da Evergrande", escreveu o americano The Wall Street Journal. Ontem, o gigante imobiliário anunciou ter chegado a um acordo com os detentores de títulos chineses sobre uma pequena parte de sua dívida, o que contribuiu para renovar o otimismo nos mercados de ações.


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