Isolamento em 29% igualaria renda a período pré-pandemia, diz governo
Estudo divulgado pelo Ministério da Economia indica que perdas diminuíram em mais de R$ 300 entre maio e outubro
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O Ministério da Economia divulgou uma nota técnica nesta quarta-feira que defende que as famílias brasileiras estão recuperando a capacidade de obter renda e reduzindo a dependência em relação ao auxílio emergencial, que acaba neste mês, segundo a atual previsão do governo. Segundo a nota, a renda ficaria igual ao período pré-pandemia se o isolamento social caísse para 29% - menos que os atuais 37%.
A nota técnica tem o tema “Auxílio Emergencial: análise relativa à redução gradativa da dependência do Programa”. Ela aponta que, quanto maior a queda no isolamento social, maior é a queda no hiato salarial (diferença entre a renda habitual e a efetivamente recebida).
A Secretaria de Política Econômica traz números para exemplificar a tese. Segundo a análise, as famílias perderam em média R$ 202,21 em outubro em maio em relação à renda habitual para o mês antes da pandemia. O valor é menor que os R$ 510,48 da comparação feita no mês de maio em relação aos ganhos habituais.
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Os valores não levam em conta o que as famílias receberam de auxílio emergencial no período - em maio, os contemplados receberam R$ 600. Em outubro, o valor foi de R$ 300. Dessa forma, o governo entende que as famílias recuperam a capacidade de gerar renda ao longo dos meses, quando houve também uma flexibilização da quarentena.
A secretaria estimou ainda que esse índice de 29% de isolamento social pode ser alcançado ainda em dezembro.
No entanto, o endurecimento de quarentenas pelo país em razão do aumento de casos de covid-19 pode mudar esse cenário. Em São Paulo, diversas regiões voltaram para a fase amarela do plano de enfrentamento à covid-19, e passaram a vigorar maiores restrições para o funcionamento de comércios, por exemplo. Na terça-feira, o índice de isolamento da população no estado ficou em 41%.
Em Santa Catarina e cidades como Campo Grande (MS), regras para redução de movimento nas ruas durante a madrugada também começaram a vigorar nos últimos dias, o que também deverá aumentar o isolamento.