OCDE: empréstimos soberanos e emissão de dívidas por países do grupo voltarão a crescer em 2023

OCDE: empréstimos soberanos e emissão de dívidas por países do grupo voltarão a crescer em 2023

Elevação ocorre em meio a contexto de guerra na Ucrânia e escalada de juros

AE

OCDE prevê aumento de empréstimos

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Após terem moderado nos dois anos anteriores, os empréstimos soberanos e a emissão de dívida por países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) devem voltar a crescer em 2023, em meio aos efeitos da guerra na Ucrânia e da escalada dos juros. A previsão é da própria entidade apelidada de "clube dos ricos" e consta no relatório anual Sovereign Borrowing Outlook, divulgado nesta segunda-feira.

A entidade estima que as necessidades de empréstimo dos integrantes do grupo somaram US$ 12,2 trilhões em 2022, uma queda de 15% ante 2021 e de 21% frente ao pico histórico de 2020, mas ainda 35% maior que o nível de antes da pandemia de Covid-19. A trajetória descendente, no entanto, deve ser revertida, com crescimento projetado de 6% este ano, a US$ 12,9 trilhões, conforme a OCDE. "Enquanto a crise da Covid-19 aumentou as necessidades líquidas de financiamento do governo em toda a área da OCDE, esse aumento adicional é em grande parte confinado aos países mais afetados pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", explica.

A proporção da dívida dos governos para o Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 90% em 2020 a 83% no ano passado, ainda de acordo com a Organização. A expectativa é de que essa taxa fique relativamente estável em 2023, cerca de 10 pontos porcentuais maior que antes da emergência da Covid-19.

A OCDE estima também que o saldo da dívida ficou estável em cerca de US$ 50 trilhões em 2022 e deve alcançar US$ 52 trilhões em 2023, à medida que o crescimento econômico mais lento afeta a arrecadação de impostos.

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O recente aperto monetário global complicará o serviço da dívida, uma vez que os países enfrentarão custos mais altos para rolar o passivo, acrescenta a OCDE. "Uma combinação de liquidez de mercado reduzida e um volume de dívida a ser refinanciado pode tornar os rendimentos mais voláteis e sensíveis a choques", diz.

O relatório da entidade com sede em Paris afirma que o prazo médio até o vencimento da dívida pendente alcançou recorde histórico de 8 anos e dois meses em 2022, quase dois anos a mais que em 2022.


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