Dólar na Argentina se aproxima dos 500 pesos e atinge novo recorde histórico
Dólar se valorizou em geral, em um ambiente de cautela nos mercados internacionais
publicidade
As turbulências nos mercados da Argentina continuam a penalizar o peso nesta terça-feira. Em quadro de dificuldades na economia e inflação de mais de 100%, exacerbado pela incerteza diante da eleição marcada para outubro, o dólar blue atingiu novo recorde histórico, aproximando-se dos 500 pesos.
O governo veio a público, com o ministro da Economia, Sergio Massa, comprometendo-se a estabilizar o câmbio e a renegociar o pacote com o FMI. Porta-vozes do Fundo confirmaram que há um diálogo em andamento com Buenos Aires sobre o assunto.
No mercado paralelo, o dólar blue chegou a avançar a 497 pesos na máxima histórica de hoje, segundo o jornal Ámbito Financiero. No câmbio oficial, no horário citado o dólar subia a 220,9001 pesos argentinos.
O dólar se valorizou em geral nesta terça, 25, em um ambiente de cautela nos mercados internacionais em geral, reforçado à tarde por novas dúvidas sobre o setor bancário dos Estados Unidos, agora com o First Republic Bank como foco. Na região, o dólar no mercado paralelo ("dólar blue") renovou recorde histórico frente ao peso argentino, e o governo local veio a público dizer que renegocia o pacote de ajuda com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que atua para conter a turbulência cambial.
No fim da tarde em Nova Iorque, o dólar caía a 133,47 ienes, o euro recuava a US$ 1,0974 e a libra tinha baixa a US$ 1,2407. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,51%, a 101,863 pontos.
A cautela apoiou a compra de dólares e outras moedas consideradas seguras, como o iene. No noticiário, depois do fechamento das bolsas de ontem o First Republic Bank publicou balanço. O banco regional teve queda no lucro e forte saída de depósitos no primeiro trimestre, e nesta terça-feira havia relatos de que a companhia avalia opções para sobreviver, o que poderia incluir a venda de até US$ 100 bilhões em ativos.
Nesse quadro de cautela, o iene subiu mesmo após o presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, reafirmar a política de relaxamento monetário da instituição, antes da reunião da próxima semana, a primeira sob liderança do dirigente.
No período de silêncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), diminuiu hoje a chance de uma alta de 25 pontos-base pelo BC dos EUA na próxima semana, no monitoramento do CME Group, embora ela seguisse em 70,7% (com 29,3% pela manutenção). O aperto monetário tende a apoiar o dólar. O Wells Fargo, porém, diz acreditar que o Fed cortará os juros de modo mais agressivo que outros bancos centrais adiante, o que colocará pressão de baixa no dólar no segundo semestre de 2023 e em 2024. O mesmo Wells Fargo afirmou em relatório que reviu em alta sua previsão de alta do PIB global neste ano, de 2,2% a 2,4%.