"Trabalho em inflação não está feito ainda e precisamos ser persistentes", diz Campos Neto
Declarações do presidente do Banco Central foram feitas em reunião com investidores em Londres

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta quarta-feira, 19, que o índice geral de inflação no Brasil tem diminuído e deve alcançar o piso em junho, voltando a acelerar depois, terminando o ano em torno de 6,0%. Mas ressaltou que os núcleos de inflação seguem resilientes, indicando que o BC precisa persistir na estratégia de política monetária. "Trabalho não está feito ainda em inflação e precisamos ser persistentes."
As declarações do presidente do BC foram feitas em reunião com investidores em Londres, organizada pelo European Economics & Financial Centre (EEFC). Campos Neto considerou que as projeções de inflação para os próximos anos estão melhores do que para 2023, mas ainda estão longe das metas.
O presidente do BC lembrou que as expectativas de mercado subiram bastante desde dezembro, com ruídos da mudança do governo, questões fiscais e o debate patrocinado pelo Palácio do Planalto sobre as mudanças de metas de inflação.
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Análise sobre recente crise bancária nos EUA
Campos Neto afirmou ainda que a recente crise bancária nos diz que teremos uma figura diferente no sistema bancário no futuro. Ele destacou que olhando os acontecimentos nos Estados Unidos é possível ver, entre outros pontos, uma grande movimentação nas redes sociais sobre a questão e relacioná-la com a velocidade do evento, além de transferências de dinheiro para fundos e não outros bancos.
O presidente da autarquia acrescentou que, em sua análise, a redução do custo de transferências de dinheiro tem mudado o cenário para os bancos. "Se não fosse a ação rápida do Fed, poderia ter se tornado sistêmico", pontuou Campos Neto. "Ensina uma lição que eventos, mesmo em bancos pequenos, têm potencial para se tornarem sistêmicos."