Lira diz que decisão do Copom de manter taxa básica de juros vem para cumprir meta de inflação

Lira diz que decisão do Copom de manter taxa básica de juros vem para cumprir meta de inflação

Presidente da Câmara avaliou que o BC só terá instrumentos para rever a Selic após a aprovação do novo arcabouço fiscal

R7

Lira deu respaldo à decisão do do Copom de manter taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deu respaldo nesta quinta-feira (23) à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.

Segundo Lira, a diminuição da taxa somente pela expectativa da apresentação de um novo arcabouço fiscal não seria suficiente para fazer a alteração, sob o risco de fazer uma análise longe da meta da inflação.

“O Copom não pode fazer uma análise em cima da perspectiva de um texto que sequer foi apresentado. Mas se o texto vem bom e o Congresso vota, o Copom vai ter instrumentos para começar a fazer indicação da baixa de juros responsável”, disse Lira.

O novo arcabouço fiscal será apresentado apenas na volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da viagem à China. A proposta trará uma série de regras econômicas e fiscais, modificando o teto de gastos, com o objetivo de controlar os gastos públicos e resolver o déficit das contas da União.

Avaliação do governo

Mesmo sem a entrega do arcabouço, o governo Lula tinha a expectativa de uma diminuição da taxa já na reunião dessa quarta-feira (22). O atual patamar da Selic é visto pelo Executivo como um entrave para o crescimento econômico brasileiro.

Lula tem questionado a autonomia do Banco Central e, nesta semana, chamou de “absurda” a manutenção da taxa básica de juros em 13,75%.

Na avaliação de Lira, no entanto, é necessário um “armistício”, ou seja, trégua entre o confronto travado por Lula e o Banco Central.

“O que nós estamos trabalhando sempre é que no caminho do meio a gente consiga construir um armistício sem maiores turbulências, porque isso só prejudica na análise de demanda da alta de juros”, afirmou Lira.

Arcabouço fiscal

A proposta prévia do novo arcabouço foi apresentada a Lira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Lira, há o respaldo da Câmara em relação ao texto. Ele admitiu, no entanto, que Haddad tem encontrado dificuldades para fechar a proposta e firmar um texto equilibrado.

Dentro do próprio governo há uma ala mais desenvolvimentista, liderada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que não concorda com limites de gastos que não permitiram a priorização de programas sociais, pauta cara ao eleitorado de Lula.


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