Dólar cai para R$ 5,25, após quebra de banco nos EUA

Dólar cai para R$ 5,25, após quebra de banco nos EUA

Respiro do real foi atribuído a ajuste fino de posições

AE

Moeda norte-americana fechou em queda de queda de 0,22% nesta terça-feira

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O dólar encerrou a sessão desta terça-feira, 14, cotado a R$ 5,2574, em queda de 0,22%, devolvendo uma pequena parte da alta de 1,66% ontem, quando foi impulsionado pela aversão ao risco no exterior diante de temores de recessão nos EUA após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB). O respiro do real hoje foi atribuído a ajuste fino de posições, em meio a um ambiente de recuperação de divisas emergentes pares da moeda brasileira, como peso chileno e mexicano. A banda de oscilação foi pequena, de pouco mais de quatro centavos entre a mínima (R$ 5,2217) e a máxima (R$ 5,2620).

Operadores notam que agentes adotam uma postura cautelosa e evitam apostas mais contundentes, à espera de sinais mais claros sobre a extensão dos estragos no sistema financeiro americano e a postura do Federal Reserve na condução da política monetária. Após o mergulho de ontem, as taxas dos Treasuries avançaram hoje, com o retorno da T-note de 2 anos subindo quase 6% e voltando a superar 4,20%. Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY, que ontem caiu quase 1%, hoje alternou hoje entre ligeiras altas e baixas.

"O mercado de câmbio devolveu um pouco da alta de ontem, mas continua bastante pressionado, porque existe muita incerteza. Os investidores não conseguem visualizar o que o Fed vai fazer com os juros após os problemas nos bancos e dados pouco conclusivos de atividade e inflação nos EUA", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Divulgado pela manhã, o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA marcou alta de 0,4% em fevereiro, em linha com a mediana da pesquisa Projeções Broadcast. Já o núcleo do índice, que exclui preços mais voláteis de energia alimentos, subiu 0,6%, superando as expectativas (+0,4%). Em tese, esse quadro desautorizaria uma pausa o processo de alta de juros do Fed aventado desde ontem por analistas e parte do mercado.

Monitoramento da CME Group mostra que as chances de alta da taxa básica em 25 pontos-base na reunião do BC americano no próximo dia 22 estão por volta de 70%. Outros 30% são para manutenção dos Fed Funds. Pela manhã, logo após a divulgação do CPI de fevereiro, as apostas em elevação da taxa em 25 pontos-base chegaram a atingir 90%.

"Na semana passada, apostava-se até numa alta maior do que 25 pontos na reunião do Fed. Houve uma mudança de pensamento, para alta de 25 pontos ou até pausa. Essa indefinição para trajetória dos juros deixa os investidores em compasso de espera", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. "As divisas emergentes sofreram muito ontem e o real acompanhou. Mesmo voltando um pouco hoje, o dólar ainda continua operando em uma banda elevada, ao redor de R$ 5,25, por conta do ambiente externo".

No front doméstico, as expectativas giram em torno da espera pela divulgação do novo arcabouço fiscal. Após reunião ministerial no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje que o presidente Lula pediu que seus assessores marquem reunião ainda nesta semana para que a equipe econômica apresente sua proposta para controle das contas públicas.


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