Covid-19: “Já passamos pelo pior”, afirma infectologista do Hospital de Clínicas

Covid-19: “Já passamos pelo pior”, afirma infectologista do Hospital de Clínicas

Estado se aproxima dos 3 milhões de casos e das 42 mil mortes

Felipe Samuel

Estado se aproxima dos 3 milhões de casos e das 42 mil mortes

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Três anos após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul, os hospitais deixaram de travar uma batalha com um inimigo invisível para viver dias de relativa tranquilidade. A chegada das vacinas e o trabalho incansável de profissionais da saúde ajudaram a superar um cenário de superlotação de leitos hospitalares e atenuar o sofrimento de parte da população.

Coordenadora da Comissão de Controle de Infecções do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), a infectologista Caroline Deutschendorf, avalia que a pandemia foi um período difícil para a humanidade. “Com certeza já passamos pelo pior. A Covid-19 está virando algo diferente, que vai estar presente para sempre. Mas com a vacina, com as pessoas estando mais imunes contra a doença, que mudou a sua característica, não vamos mais ter ocorrências de pacientes muito graves e vindo em sequência”, avalia.

Por conta da vacinação, o número de pacientes em estado grave em decorrência da doença apresentou redução drástica. “Hoje em dia temos pacientes internados com sintomas muito leves, internados por outros motivos. Em geral apresentam dor de garganta e acabam descobrindo que está com Covid-19. Não vemos casos gravíssimos que têm que ir para a UTI”, destaca. Mais do que o desenvolvimento da vacina, as lições da pandemia também marcam um novo momento para os profissionais da saúde.

“Foi um aprendizado importante. O conhecimento sobre a doença mudava da manhã para tarde. Precisamos lidar com mudanças o tempo inteiro em um ambiente com muitas pessoas trabalhando. Não é fácil”, avalia. Conforme Caroline, órgãos internacionais de saúde seguem monitorando o comportamento do vírus e possíveis modificações. O mais provável é que vamos conviver como convivemos com o vírus da Influenza. Todo ano temos casos, alguns mais graves”, afirma.


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