Startup gaúcha paga pelo resíduo reciclável do cidadão

Startup gaúcha paga pelo resíduo reciclável do cidadão

Os espaços coletam resíduos como papel, papelão, embalagem longa vida, plástico duro, plástico filme, plástico de bebidas e suas tampas, além de alumínio

Correio do Povo

Os espaços coletam resíduos como papel, papelão, embalagem longa vida, plástico duro, plástico filme, plástico de bebidas e suas tampas, além de alumínio

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Que tal ajudar o meio ambiente e ainda ganhar dinheiro com isso? Essa é a proposta do Ciclo ao comprar o resíduo reciclável gerado por qualquer pessoa através da instalação de unidades em locais com grande fluxo de consumidores. A partir desta sexta-feira, dia 17 de dezembro, a startup incubada pelo Grupo Recicla, chega a Santo Antônio da Patrulha instalada na unidade do Supermercados Gomes.

Com 138 empregados, 53 anos de mercado e duas unidades no município, os Supermercados Gomes apostam na conscientização dos seus consumidores para uma causa sustentável e que ainda rende dinheiro para o cliente. “Escolhemos a Ciclo pelo trabalho já existente em outras redes supermercadistas no Rio Grande do Sul. Pensamos que é a coisa certa a fazer para contribuir com os cidadãos de Santo Antônio da Patrulha”, comenta Marcione Gomes, diretor dos Supermercados Gomes.

Com sede em Cachoeirinha e integrante do Grupo Recicla, o Ciclo tem hoje sete funcionários e começou suas atividades em novembro de 2020 com a instalação de unidades no supermercado Max Center, em Alvorada, Supermercado Avenida, em Xangri-lá, e supermercado Big na Av. Sertório em Porto Alegre. Os espaços coletam resíduos como papel, papelão, embalagem longa vida, plástico duro, plástico filme, plástico de bebidas e suas tampas, além de alumínio.

Através da instalação de unidades em áreas de grande circulação, como supermercados, o Ciclo compra resíduos recicláveis utilizando um aplicativo de conta digital para celulares que permite a transferência para a conta do banco de preferência.

O consumidor pode também doar o valor correspondente para uma instituição beneficente cadastrada. Há também a possibilidade de receber um cartão de bandeira Visa e que pode ser utilizado em qualquer estabelecimento comercial na função crédito à vista. Já tendo reciclado mais de 100 toneladas com os contêineres existentes, a operação gerou um tíquete médio de R$ 30, com aproximadamente seis quilos/pessoa/mês.

Conforme Jonas Bernardes, sócio-diretor do Ciclo, um em cada 12 brasileiros não possui coleta regular de lixo na porta de casa. Os números indicam que a capital gaúcha produz 1,6 mil toneladas/dia, dos quais 30% poderiam ser reciclados, mas apenas 1% passa por esse processo. No Brasil, esse percentual de reciclagem é de 4%, enquanto poderia chegar a 85% do resíduo produzido nas cidades.

“O brasileiro gera um quilo de resíduo reciclável por dia. Surgimos com o objetivo de transformar o comportamento do cidadão. Todos sabem da relevância da reciclagem. Agora precisa de atitude, e vamos estimular isso comprando o resíduo”, comenta Bernardes.

O sócio do Ciclo destaca que não há competição com a operação dos catadores, pelo contrário. Segundo Bernardes, os próprios coletores podem vender os resíduos nos contêineres e receber por isso como qualquer cidadão. Além disso, a startup estimula a geração de emprego, pois cada local emprega dois funcionários. “Nosso ponto de equilíbrio para a operação é o recolhimento de, pelo menos, oito mil quilos/mês, o que equivale a 30 a 40 pessoas abastecendo o contêiner por dia”, diz.


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