Mais 129 novos ônibus são entregues em Porto Alegre
Solenidade ocorreu em um estacionamento da avenida Padre Cacique
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A frota do transporte coletivo de Porto Alegre conta com mais 129 novos ônibus. Na manhã deste sábado foi realizada a entrega oficial dos coletivos, modelo Mercedes-Benz, todos dotados de ar-condicionado elevador para cadeirantes. A solenidade ocorreu em um estacionamento da avenida Padre Cacique e contou com as presenças do prefeito Sebastião Melo e do titular da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior.
Durante a cerimônia foi realizada também a colagem na lataria dos veículos dos adesivos indicadores dos pontos cegos nos ônibus. O objetivo é alertar pedestres, motociclistas e ciclistas sobre a visibilidade do motorista do coletivo.
A aquisição, ocorrida entre 2022 e 2023 dentro do programa Mais Transporte, beneficiará todas as regiões da cidade atendidas por três consórcios que representam 11 empresas privadas do setor, identificados pelas cores azul, vermelho e verde. O investimento é de cerca de R$ 80 milhões. Os novos veículos, com poltronas confortáveis, podem levar folgadamente em torno de 90 passageiros, dos quais 48 ou 52 sentados conforme o espaço interno.
"Nós temos um desafio enorme nessa área de mobilidade humana desde o início da nossa gestão. Estamos trabalhando muito com dois pilares: modernizar o sistema e ter uma passagem que caiba no bolso do cidadão”, afirmou o prefeito Sebastião Melo. “É a qualificação do transporte coletivo da cidade”, complementou o secretário Adão de Castro Júnior.
“Estou indo para Brasília mais uma vez agora neste domingo. Todos os prefeitos das capitais estarão lá juntos. Tenho reunião com o ministro das Cidades”, adiantou o prefeito, referindo-se à discussão sobre a criação do Marco Regulatório do Transporte Público Coletivo, que tratará das competências, financiamento e modernização do setor.
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que são necessários R$ 295 bilhões para a modernização da mobilidade urbana no Brasil, sendo que o país gasta apenas entre 0,10% e 0,15%do Produto Interno Bruto (PIB) em transporte coletivo. Um levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) aponta, por sua vez, que o setor de ônibus coletivo urbano acumula um prejuízo de R$ 36 bilhões. Já a Frente Nacional dos Prefeitos propõe a criação de um “SUS dos Transportes”, cujas regras assegurem financiamentos do governo federal para evitar que os custos sejam pagos apenas pelos passageiros por meio das tarifas ou através de subsídios municipais e estaduais.
Neste sentido, o Sebastião Melo defendeu que o BNDES, que possui "uma capacidade enorme de emprestar dinheiro para todo mundo”, ofereça “uma linha de crédito especial de juro zero” para a renovação da frota. “Não é com taxa municipal que se vai fazer”, observou. Ele também avaliou que existe um longo processo para fazer a integração de todos os modais. “É uma coisa ainda distante na maioria das cidades brasileiras, mas esse é o caminho que nós temos que percorrer”, disse.
Entre as questões relacionadas ao transporte coletivo de Porto Alegre, o prefeito citou a redução em torno de 50% do número de cobradores, diminuição das isenções, aumento do número de linhas e uma solução para o problema dos horários intermediários das viagens onde têm poucos passageiros, bem como uma integração com as lotações. “Nós temos que superar essa crise”, sintetizou, admitindo o sonho dos ônibus elétricos na cidade. "Isso muda a matriz de sustentabilidade", afirmou.
Para o secretário Adão de Castro Júnior, entre outros esforços da prefeitura para melhorar o sistema de transporte coletivo da Capital estão a manutenção do atual valor da tarifa em R$ 4,80, a reforma dos terminais e a instalação de paradas novas, além do aumento da segurança em parceria com as forças policiais. “O que a gente quer é que o nosso transporte coletivo fique mais atrativo para o usuário”, frisou.