Mais de 5 mil pessoas fazem manifestação contra a privatização da Corsan em Porto Alegre
Trabalhadores da estatal também deflagraram estado de greve e ameaçam iniciar paralisação “a qualquer momento”
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Mais de 5 mil pessoas de cerca de 30 movimentos sociais de diversas partes do Estado integraram uma manifestação contrária à privatização da Corsan nesta terça-feira, em Porto Alegre, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do RS (Sindiágua/RS).
Os trabalhadores da Corsan também deflagraram estado de greve e ameaçam iniciar uma paralisação “a qualquer momento”, caso as demandas relacionadas às negociações com a estatal não sejam atendidas.
A caminhada iniciou em frente a sede do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e seguiu até a sede da Corsan e depois à frente da Assembleia Legislativa, passando por diversas outras importantes vias da Capital.
Os manifestantes reivindicam duas pautas: a contrariedade pela venda das ações da estatal de saneamento gaúcha, anunciada pelo governo do Estado para ocorrer em julho, na B3, em São Paulo, e a “recusa da empresa” em iniciar as negociações do acordo coletivo de trabalho previamente aprovado.
“Estamos na luta pela água pública. Uma empresa que comprar a Corsan, vai abocanhar com facilidade os departamentos municipais que hoje estão em dificuldade. E a Corsan também recebeu nossa pauta e não se manifestou. Toda a sociedade gaúcha está mobilizada contra a privatização da água, e esta é uma luta suprapartidária”, afirma o presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch. O sindicato e os movimentos sociais são também contrários a uma eventual privatização do Dmae, cujo projeto está sendo discutido no âmbito da Capital.
Também presente à manifestação, o presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Edson Zumar, disse que o saneamento básico público é um direito da população. “Vimos recentemente no caso da CEEE Equatorial, que está sendo visto o quanto é ineficiente e o quanto está caro. Com a água será algo muito pior. Estamos mobilizando os colegas do saneamento como um todo, para que isto não aconteça. Que o prefeito Melo tenha a sensibilidade de ouvir a cidade e tomar a melhor decisão”, afirmou ele.
Os ex-prefeitos da Capital José Fortunati, Raul Pont e João Dib estiveram no ato e houve discursos ao público presente. O fluxo de trânsito, que foi complicado por diversos momentos, teve acompanhamento pela EPTC. Somaram-se ao movimento representantes de organizações como Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).