Dom e Bruno: funcionários anunciam greve e cobram troca no comando da Funai
Categoria promete cruzar os braços na quinta após a morte do indigenista e do jornalista
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Os servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) anunciaram que vão entrar em greve a partir das 10h da próxima quinta-feira em todos os estados e no Distrito Federal. A razão é a morte do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, no Amazonas. O movimento pretende cobrar a apuração rigorosa do crime e a “responsabilização de todos os culpados”.
O INA (Indigenistas Associados), grupo que reúne funcionários da Funai e encabeça a greve, avisou que o ato também servirá para pedir a mudança no comando da fundação. “Exigiremos, ainda, a saída imediata do Presidente da Funai, Marcelo Xavier, que vem promovendo uma gestão anti-indígena e anti-indigenista na instituição”, diz o comunicado.
De acordo com o comunicado de greve, o INA pretende “uma Funai indigenista e para os povos indígenas” e cobra a “proteção das/os indigenistas, dos povos indígenas e de suas lideranças, organizações e territórios”. A Funai ainda não se manifestou sobre a possibilidade de os funcionários cruzarem os braços.
Morte de Dom e Bruno
No sábado, uma perícia feita pela PF (Polícia Federal) em Brasília mostrou que tanto o jornalista britânico Dom Phillips como o indigenista brasileiro Bruno Pereira foram mortos com tiros de uma arma de caça.
Os mesmos testes indicaram que parte dos restos mortais são mesmo de Bruno. A identificação de parte do cadáver de Dom já havia sido feita, por meio da arcada dentária, conforme antecipou o R7 na sexta-feira.
A PF informou que Bruno foi atingido por dois disparos no tórax e no abdômen e um terceiro no rosto. O jornalista europeu foi vítima de um disparo na região entre o tórax e o abdômen.