PF ouve testemunhas de desaparecimento de servidor da Funai e jornalista inglês

PF ouve testemunhas de desaparecimento de servidor da Funai e jornalista inglês

Colaborador do The Guardian e indigenista não são vistos desde o fim de semana

AE / R7

Homens estão desaparecidos na região amazônica desde domingo

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A Polícia Federal ouviu duas testemuhas do caso de desaparecimento de um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um jornalista inglês. Eles prestaram depoimentos no início da noite desta segunda-feira e foram liberados. O indigenista da Funai Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia, há pelo menos 24 horas. Eles estão incomunicáveis desde a tarde de domingo.

A dupla fazia o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, distante 1.135 km de Manaus. Segundo a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os dois iriam visitar a equipe de vigilância indígena do lago do Jaburu na sexta-feira e deveriam voltar à Atalaia do Norte neste domingo pela manhã, o que não aconteceu.

A polícia pretende ouvir novas testemunhas ao longo desta terça-feira. A União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), para a qual Bruno Pereira estava prestando uma consultoria técnica, apresentou às autoridades o nome de três suspeitos. Integrantes da organização vinham recebendo uma série de ameaças. Uma delas se deu por intermédio de um bilhete endereçado ao advogado Eliesio Marubo, um dos líderes da Univaja, em abril.

O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Exército participam das buscas. “Às 14h, saiu de Atalaia do Norte uma primeira equipe de busca da Univaja, formada por indígenas extremamente conhecedores da região. A equipe cobriu o mesmo trecho que Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips supostamente teriam percorrido, mas nenhum vestígio foi encontrado”, informa o comunicado da Univaja.

Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Segundo lideranças indígenas da região, ele estava recebendo ameaças durante a viagem. Ao The Guardian, a esposa do jornalista inglês, Alessandra Sampaio, pediu "ações urgentes" para a urgência deste momento. “Tudo o que posso fazer é rezar para que Dom e Bruno estejam bem em algum lugar, impossibilitados de continuar a jornada por causa de algum problema mecânico", declarou.


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