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Previsão de ciclone antecipa arrancada da Operação Inverno em Porto Alegre

Começo da ação estava marcado para 4 de junho

Camas foram montadas no Ginásio Tesourinha para abrigar moradores de rua na Operação Inverno
Camas foram montadas no Ginásio Tesourinha para abrigar moradores de rua na Operação Inverno Foto por: Ricardo Giusti

A estimativa da chegada do ciclone subtropical ao RS antecipou para terça-feira algumas ações da Operação Inverno, coordenada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), que começaria oficialmente em 4 de junho. No ginásio Tesourinha, no bairro Menino Deus, foram montadas 40 camas, podendo chegar a 90, para abrigar homens e mulheres sem filhos, mas com pets na noite de terça-feira para quarta-feira. Na terça, equipes de abordagem trabalharam até mais tarde para encaminhar pessoas em situação de rua para albergues, abrigos e pousadas.

O secretário da SMDS, Léo Voigt, esclareceu que são levados para outros espaços específicos antes de serem conduzidos ao ginásio Tesourinha. “Os primeiros foram levados para os albergues e depois para as pousadas, que são mais quentes e oferecem refeição”, explicou. Porto Alegre tem quatro albergues e mais de 550 vagas em pousadas, sendo que “mais 140 estão sendo contratadas para 4 de junho”, adiantou Voigt. Além disso, seis casinhas para abrigar os animais foram instaladas no Ginásio. Algumas têm capacidade de acolher mais de um cachorro. 

A presidente da Fasc, Cátia Lara Martins, ressaltou que essa ação é focada nas pessoas em situação de rua que desejam ajuda. "Estamos com duas equipes desde segunda-feira falando com as pessoas para aceitarem passar a noite longe das ruas. Muitas não conhecem nosso trabalho, não querem vir e outras procuram de forma voluntárias”, contou, reiterando que ainda ontem os colaboradores foram tentar sensibilizar mais desabrigados. “Caso não desejem vir, deixaremos cobertores e lonas”, elucidou.   

Tomando um chá quente para se esquentar enquanto aguardava o transporte para um abrigo, a moradora de rua Márcia Cristiane Fagundes, 33 anos, está nessa condição há 18 anos. Ela contou que quando a mãe perdeu o apartamento, ela foi para um abrigo e depois para as ruas, de onde não saiu mais. Usuária dos albergues, ela acha uma boa alternativa para tomar um banho quente e comer. “É bom ,mas bom mesmo seria se eu tivesse onde morar”, disse Márcia,que vive com um companheiro e não tem filhos.

Na quarta-feira de manhã, Fasc, Prefeitura e Defesa Civil devem se reunir para decidir se ampliam  a atividade para mais um dia. No ano passado, 500 pessoas foram atendidas em dez dias de ação. Crianças serão encaminhadas para casas lares. Hoje, a prefeitura tem capacidade para receber em torno de 1.800 desabrigados