Chegada do ciclone Yakecan provoca avanço do mar no Litoral Norte do Rio Grande do Sul

A chegada do ciclone Yakecan ao Litoral Norte gaúcho provocou preocupação entre os gestores e as comunidades. A costa entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos começou a sofrer os efeitos dos fortíssimos ventos e do avanço no mar entre o final da manhã e o começo da tarde desta terça-feira, confirmando os alertas da MetSul Meteorologia e demais órgãos. À medida que o clima na região passava de ensolarado para nublado, houve muita preparação para os possíveis transtornos e estragos que ainda se imaginavam acontecer.

Em Balneário Pinhal, pelo menos três postes de energia elétrica caíram com os ventos, por volta das 9h30min, na rua José Alfredo dos Santos, no Centro, ao lado da Escola Municipal de Educação Infantil Golfinho do Mar. As crianças haviam sido dispensadas das aulas em toda a rede. "Nunca houve queda de luz aqui por postes caídos", disse o aposentado Nei Pimentel, que vive em uma casa em frente à escola há 18 anos.

De acordo com o secretário de Obras e responsável pela Defesa Civil Municipal, Gilmar João da Silva, a CEEE Equatorial já havia sido acionada. "Temos seis equipes em prontidão, e estamos nos organizando com lonas, telhas, e estamos ainda com o apoio do Corpo de Bombeiros Voluntários. O ginásio municipal também está sendo preparado para deslocar as pessoas caso precise, com colchões e roupas", disse ele.

Acompanhe a passagem do ciclone pelo Rio Grande do Sul

Palmares do Sul e seus distritos de Balneário Quintão e Granja Vargas até então não haviam registrado problemas. A Prefeitura também reforçou os contatos, colocando três telefones celulares à disposição 24 horas para a população em caso de necessidade. "Tivemos reunião com o prefeito e todos os secretários, e ficou estipulado o cancelamento das aulas a partir de hoje à tarde amanhã o dia inteiro. O transporte não está sendo afetado e as consultas da Secretaria de Saúde serão remarcadas", disse Leonardo Reis, membro da Defesa Civil de Palmares do Sul. 

O casal de aposentados Alauri Campos da Silva e Eliane Kohlrausch vive há 32 anos no Quintão. Eles contam que colocaram pedras no telhado de sua residência, que fica na beira do mar, atrás de algumas dunas, além de reforçar as janelas da frente com madeiras. "Já aconteceu de outro vento forte levar parte do telhado da casa vizinha, e na nossa não acontecer nada. Mas igual a esse, acho que nunca vimos", afirmou Eliane.

Em Mostardas, mais ao sul, o secretário de Obras, Saneamento e Trânsito, Marcelo Pedone, também chefe da Defesa Civil Municipal, disse que as equipes do governo também foram mobilizadas. "Estamos todos juntos empenhados para auxiliar durante este vendaval", disse Gislaine Chaves, secretária de Assistência Social. No Balneário Mostardense, o mar ficou revolto, avançando no final da tarde e as ondas quase atingiram as guaritas dos salva-vidas.

Mar bastante revolto neste momento no Balneário Mostardense, em Mostardas. Para chegar até aqui, há um caminho muito bonito em meio à areia. Vento sopra muito forte #Yakecan @correio_dopovo
📸: @piccini_matheus pic.twitter.com/CwnCUtQavG

— Felipe Faleiro (@felipefaleiro) May 17, 2022

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