Após quase 3 anos, Bolsonaro contrata profissionais para Médicos pelo Brasil
Nesta primeira etapa, foram chamadas 529 pessoas; segundo ministério, estado que mais vai receber médicos é a Bahia, com 68
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Após quase três anos do lançamento do programa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, oficializaram, nesta segunda-feira (18), a primeira contratação de profissionais para o Médicos pelo Brasil, substituto do Mais Médicos, criado durante a gestão de Dilma Rousseff (PT).
Nesta primeira etapa, foram chamados 529 profissionais. A previsão é de contratação de cerca de 1,7 mil no mês de abril. Os demais chamamentos vão ocorrer durante o período de vigência do edital, sendo a maioria ainda neste ano. No total, o programa vai oferecer 4.600 postos para médicos atuarem no país. São 4.057 vagas para bolsistas e 595 para tutores.
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Segundo o ministério, o estado que mais vai receber profissionais, nesta primeira leva, é a Bahia, com 68 médicos. Na outra ponta de comparação, Acre terá apenas um. De acordo com a pasta, o programa vai substituir gradativamente o Mais Médicos para o Brasil na atenção primária à saúde.
Em seu discurso, Bolsonaro criticou o programa criado por Dilma e avaliou que os cubanos viviam situação análoga à escravidão no Brasil. O presidente também comentou a morte de Fidel Castro, presidente daquele país, e que foi "para um lugar bastante quente".
"Um cubano estava lá numa cidade qualquer. Se tivesse na frente da casa dele uma festa de casamento, ele não podia ir. Não podia se integrar à sociedade. Era isso que acontecia. Não quero critica-los, não, que vinham para cá e seus familiares ficavam em Cuba e, caso desrespeitassem aquilo determinado, os seus familiares lá sofriam. E o apoio do PT e lamentavelmente da bancada do PT foi praticamente unanime para que ficassem aqui como se escravos fossem. Trabalho análogo a escravidão. Para mim isso é escravidão", afirmou.
Na sequência, o presidente destacou que, quando foi eleito, em 2018, os profissionais cubanos deixaram o país, mas que tinha intenção de dar asilo para os médicos. "Eu durante a minha pré-campanha falei que que o cubano que, por ventura ficasse no Brasil, eu daria asilo. E cumpri minha palavra. Mas quando eu ganhei a eleição, imediatamente eles fugiram do Brasil", disse.
O Médicos pelo Brasil foi lançado em 2019 com o objetivo de estruturar a carreira de saúde federal em locais com dificuldade de provimento e alta vulnerabilidade. Ao todo, o governo investiu cerca de R$ 783,6 milhões no programa.
Uma das principais diferenças entres os programas é que, no mais recente, a contratação é com carteira assinada. Anteriormente, o contrato era por tempo pré-determinado — três anos. O Médicos pelo Brasil terá quatro níveis salariais, com progressão a cada três anos, e serão mais valorizados aqueles que optarem pelas localidades mais remotas e com pouca procura.
Na época do lançamento, o ministério havia informado que os salários iniciais giram em torno de R$ 14 mil, mas podem chegar a R$ 31 mil, de acordo com a localidade e o desempenho do profissional.
Bolsonaro criticou o Mais Médicos diversas vezes, principalmente por que o antigo programa, lançado em 2013, consistia em uma parceria com profissionais cubanos. O pagamento era feito a Cuba, que repassava parte da verba aos contratados. Em 2018, o governo do país anunciou o fim da parceira.
O novo programa de Bolsonaro vai contratar profissionais brasileiros e estrangeiros. Neste caso, precisam apresentar o Revalida, exame que certifica que os conhecimentos adquiridos em outro país habilitam o profissional para atuar no Brasil.