RS tem 3,6 milhões de doses de vacina em atraso contra a Covid-19

RS tem 3,6 milhões de doses de vacina em atraso contra a Covid-19

Porto Alegre tem quase 92 mil pessoas com a segunda dose e 349 mil com o reforço no período ideal expirado

Felipe Nabinger

Ao todo, são 3,6 milhões de pessoas com atraso no período ideal de imunização

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Das 9,5 milhões de pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul, 706 mil não voltaram para completar o esquema vacinal, estando em atraso com a segunda aplicação do imunizante. Quanto à dose de reforço, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), são mais de 2,9 milhões de residentes no Estado que já poderiam ter tomado e não o fizeram.

Ao todo, são 3,6 milhões de pessoas com atraso no período ideal de imunização. Caso as pessoas em atraso com a segunda dose tivessem completado o esquema vacinal, o número de imunizados saltaria de 82,4% para 86% da população vacinável. Quando o assunto é reforço, o dado é ainda mais impactante, subindo de 41,2% para 69% do total imunizado. 

Conforme dados do painel da SES, Porto Alegre tem quase 92 mil pessoas com a segunda dose e 349 mil com o reforço no período ideal expirado. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), afirma que há divergências nos números e que desde o ataque hacker na base de dados do Ministério da Saúde, em dezembro do ano passado, não sendo possível verificar quantas pessoas estão com a dose em atraso.

Conforme a pasta, a busca ativa e o desenvolvimento de ações como o Rolê da Vacina nas escolas de samba, aproximando moradores e oferecendo vacina noturna para aqueles que não têm tempo de ir durante o dia, buscam minimizar esse atraso.

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Na Unidade de Saúde Camaquã, a semana começou com pouco movimento na procura pela vacina. O local está entre os que mais aplicou o imunizante até agora na Capital. Quem foi até o local tem consciência da importância da terceira dose. “Cuidei o prazo. Em janeiro peguei Covid, tive sintomas gripais, mas se não fosse a vacina poderia para no hospital. Como trabalho em uma empresa muito rígida na questão da vacina, vim fazer a terceira dose”, explica Graziela Schell, 43.

Gabriel Volkweis, 21, era um dos que estava em atraso de um mês no reforço. “Não consegui vir antes por compromissos, somente hoje”, diz. Ele ressalta a importância no imunizante na diminuição do número de mortes.

O risco de morte para quem tem 60 anos ou mais é 21 vezes maior para aquelas pessoas sem nenhuma dose recebida em relação às pessoas com esquema completo mais dose de reforço, conforme levantamento do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) divulgado em janeiro.

Nesta mesma faixa etária, usando como referência as pessoas com o reforço recebido, quem tem apenas uma dose tem quase cinco vezes mais risco de morte. Nas situações nas quais a pessoa tinha esquema completo sem o reforço, as chances de óbitos foram o dobro quando analisadas com que tinha essa terceira dose.


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