Porto Alegre tem dia de mutirões para atender atingidos pelo temporal

Porto Alegre tem dia de mutirões para atender atingidos pelo temporal

Estimativa é que 80 famílias tenham sido atingidas pelos fortes ventos do domingo

Felipe Nabinger

Árvore caída em residência de Porto Alegre

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Em poucos minutos a força do vento arrancou telhas, derrubou árvores e postes de luz e destruiu total ou parcialmente casas de 80 famílias moradores da Vila dos Sargentos, no bairro Serraria, em Porto Alegre. O cenário de destruição após o temporal da tarde desse domingo era latente ainda na manhã desta segunda-feira. Enquanto filas se formavam para cadastro de pessoas que necessitavam de telhas e mantimentos junto aos órgãos da prefeitura, o que se notava era uma grande mobilização por parte dos próprios moradores. “Por mais que minha casa não tenha sido afetada, a do pessoal foi. Teve casas que seguramos telhas para não voar e colocamos vigas para não cair. Tinha uma que tiramos uma criança a tempo antes de desabar”, relata o repositor Cleiton Vinícius Rocha Maciel, 21 anos.

O mestre de obras Iuri Gonçalves, 25, liderava um dos três mutirões de moradores montados para realizar retiradas de árvores e prestar auxílio aos vizinhos. Com a ajuda de outras 15 pessoas da comunidade, ele relata que, após o temporal, permaneceram até as 23h cortando as árvores caídas sobre casas e becos. Em sua casa, telhas e móveis foram danificados. “Nem estou preocupado com isso. Tendo onde morar nós estamos satisfeitos”, afirma.

Moradores do bairro Guarujá, que não teve impactos do temporal, a diarista Roselei dos Santos Aires, 51, e o autônomo Clóvis dos Santos Aires, 52, foram até o local auxiliar a família de uma amiga. “Ela me mandou mensagem pelo whatsapp e viemos correndo para cá. Viemos buscar eles ontem”, explica Roselei, que está hospedando os quatro filhos da amiga. “Estamos tentando alugar um outro imóvel para eles pois esse aqui não é seguro”, afirma Clóvis. Na casa da amiga, o telhado desabou sobre o cômodo onde ficavam sala e cozinha.

"Ficamos atordoados"

Os moradores relatam que tudo ocorreu muito rápido, por volta das 16h de domingo. “Deu esse vento em questão de minutos. Nunca tinha visto um negócio desses. Os vizinhos começaram a gritar. Ficamos atordoados e nervosos”, conta a cuidadora Giovana Adriana Mota de Abreu, 49. Duas árvores caíram no terreno onde fica a casa de Giovana, uma à frente e outra sobre a parte dos fundos. “Todas as telhas para o lado do rio levantaram, as outras ficaram quebradas por causa dos pedaços de telhados dos outros vizinhos que voaram para lá”, disse enquanto se cadastrava para receber o auxílio da prefeitura.

Prefeito irá ao local

De acordo com a prefeitura, entre sábado e domingo choveu 55,8 milimetros, o que representa mais da metade da média de março, que é de 92,2 milímetros. Equipes da Defesa Civil Municipal, da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), do Departamento Municipal de Habitação (Dehab) e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) realizavam ações no local desde as primeiras horas da manhã.

A Subprefeitura Sul está coletando doações de material de higiene e limpeza, material escolar, roupa de cama, mesa e banho, além de móveis, que podem ser entregas na avenida Eduardo Prado, 1921, bairro Cavalhada. Interessados podem contatar os telefones (51) 3289-5089 e (51) 99836-2555.


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