Porto Alegre segue com longas filas para teste de Covid-19

Porto Alegre segue com longas filas para teste de Covid-19

A partir de hoje, 132 unidades de saúde da Capital farão testes rápidos em pessoas com sintomas de Covid-19

Taís Teixeira

No Centro de Saúde Modelo, a fila seguia pela Avenida Jerônimo de Ornelas e dobrava na Avenida João Pessoa

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O sol quente foi um problema a mais para quem enfrentou horas nas filas nas unidades de saúde para fazer o teste rápido de antígeno para Covid-19 em Porto Alegre. O número de pessoas que está procurando por esse serviço segue alto, como se tem acompanhado desde o começo de janeiro. A partir de hoje, a diretora de Atenção Primária em Saúde, Caroline Schirmer, anunciou que 132 unidades de saúde da Capital farão testes rápidos (antígenos) em pessoas com sintomas de Covid-19 para atender essa alta demanda. "Nosso objetivo é ganhar mais velocidade no diagnóstico de pessoas contaminadas", explicou.

No Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, a fila seguia pela Avenida Jerônimo de Ornelas e dobrava na Avenida João Pessoa. Havia pessoas aguardando há pelo menos 3 horas na fila. Na Unidade de Saúde Santa Cecília, no bairro Santa Cecília,a fila maior era para vacinação. O grupo que buscou atendimento para Covid-19 de manhã foi alocado em um lugar mais afastado. Para evitar aglomeração, pessoas que chegaram mais tarde foram orientadas a voltar às 13h. Na Unidade de Saúde Santa Marta, no Centro de Porto Alegre, a procura pelo teste também estava alta.

Muitas pessoas esperavam lendo livros ou mexendo no celular. Outras conversavam umas com as outras sem máscara enquanto bebiam água ou estavam com a máscara no queixo. A diretora explicou que desde dezembro do ano passado se observou uma redução da “etiqueta respiratória”, que não deve ser negligenciada, ainda mais neste momento. “As recomendações para ficar uma fila de teste Covid-19 é usar máscara e ter distanciamento”, orientou. Caroline ainda alertou que essa aparente minimização das consequências da doença é séria. “Ela pode causar sintomas leves, como temos visto, porque Porto Alegre está muito avançada na vacinação, mas isso não significa que não possa se tornar grave em idosos e pacientes com comorbidades”, ressaltou.

Ela reiterou que uma pessoa com máscara está mais protegida do vírus, inclusive se tiver contato com alguém contaminado e que esteja sem o acessório. Outro ponto destacado é o perfil de pessoas que estão em busca de testes. “É preciso ter consciência do motivo  pelo qual se está se buscando esse serviço, porque muitos estão sem sintomas e precisam de algum atestado para viagem ou compromissos pessoais, o que acaba evitando ou atrasando o atendimento de quem realmente precisa”, completou.

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Atendimento demorado

Caroline Schirmer explicou porque as unidades de saúde estão com demora no atendimento. “Primeiro, estamos com afastamento de muitos funcionários com sintomas de Covid-19, o que reduz a capacidade humana”, comentou. O outro fator explicitado é o processo como um todo, que não se resume apenas à realização do teste. “O teste em si é rápido, a coleta dura de 2 a 3 minutos e depois mais 15 de espera para o resultado”, contou. A diretora explicou que o encaminhamento pós-teste, o atendimento para o atestado, a entrega de algum remédio são etapas que contribuem para a demora. “Muitas pessoas comparam o atendimento na unidade de saúde com o atendimento em farmácia, mas lá só fazem os testes”, esclareceu, relatando que muitos vão nas farmácias fazer o teste e depois vão às unidades de saúde para obter o atestado e buscar medicamento.

A diretora disse que o Estado forneceu 90 mil testes para toda rede de saúde da Capital na semana passada, sendo que 90% vão para as unidades de saúde. “A prefeitura comprou mais 20 mil”, destacou, dizendo que esse quantitativo atende em torno de 3 meses.


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