RS apresenta tendência de queda a longo prazo em casos de SRAG, aponta Fiocruz

RS apresenta tendência de queda a longo prazo em casos de SRAG, aponta Fiocruz

Boletim coloca Porto Alegre entre as capitais com tendência de redução em casos nas últimas seis semanas

Correio do Povo

Boletim coloca Porto Alegre entre as capitais com tendência de redução em casos nas últimas seis semanas

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O Rio Grande do Sul e mais 11 estados brasileros apresentaram tendência de queda dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Na contramão, apenas três estados apresentam sinal de crescimento: Espírito Santo, Piauí e Rondônia. De acordo com o boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira, cerca de 99% dos casos de SRAG com identificação laboratorial de vírus respiratório são referentes ao novo coronavírus. Os dados são analisados a longo prazo (últimas seis semanas), até a Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 12 a 18 de setembro.

Dentre os demais, 12 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo: Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Além disso, seis unidades federativas apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas): Amapá, Amazonas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Tocantins. 

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Dentre as 27 capitais, apenas cinco apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 37: Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Vitória (ES). Em 11 capitais, observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Além disso, quatro capitais  apresentam sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três  semanas): Aracaju (SE), Belém (PA), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

Variante Delta

Ao contrário do que ocorreu em diversos outros países, a variante Delta não implicou em um aumento exponencial dos indicadores da epidemia no Brasil. “Mesmo o Rio de Janeiro, principal fonte de preocupação nos últimos meses, já interrompeu essa tendência e registrou queda em semanas recentes”, observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Gomes ressalta que embora ainda não seja possível garantir “que o pior já passou”, ou sequer estabelecer com precisão o que levou a essa situação excepcional, o cenário atual é positivo. Entre as justificativas que poderiam explicar o porquê dessa diferença, ou seja, da variante Delta não ter avançado no país, cita a "proximidade em relação aos picos recentes, e extremamente elevados em março e maio, o que fez com que o número de pessoas recentemente expostas e que ainda possuem algum nível de imunidade tenha sido relativamente alto".

Além disso, ele observa que a própria concomitância com o avanço gradual da vacinação, que foi inclusive acelerada nos últimos meses, impediu o avanço da nova variante. “Embora a cobertura de segunda dose ainda esteja distante do patamar considerado ideal para proteção coletiva”, afirma.

Queda sustentada de casos de SRAG entre menores de idade

Em relação às faixas etárias, o estudo mostra que, após período de estabilização de casos de SRAG entre crianças e adolescentes (0 até 9 anos e 10 até 19 anos), observa-se queda sustentada desde a segunda quinzena de agosto. Mesmo com dados ainda expressivos para crianças, o boletim da Fiocruz mostra que as estimativas para as últimas semanas encontram-se em valores próximos ao que se registrou no pico de julho de 2020, entre mil e mil e duzentos casos por semana.

No grupo dos adolescentes, a queda reintroduz cenário próximo à situação de dezembro de 2020, quando foram registrados os valores mais baixos. A estimativa é de 130 a 170 casos para a última semana.

Já as faixas etárias dos 20 até os 59 anos já retornaram ao patamar de outubro de 2020, nível que já havia sido atingido por aqueles com mais de 60 anos. Gomes atribui a redução dos indicadores de SRAG na população adulta à campanha de vacinação.

“A campanha permitiu proteção dessas pessoas durante o período de aumento na transmissão — abril e maio. A estabilidade em valores relativamente mais altos na população mais jovem, por outro lado, é um sintoma da manutenção de transmissão elevada na população em geral”, destaca o pesquisador. 


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