RS iniciará semana que vem com déficit de 434.710 doses de Coronavac
Municípios gaúchos deverão retomar a aplicação de segunda dose na próxima semana, mas com apenas 30 mil vacinas à disposição
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Mesmo com novos carregamentos de vacinas chegando ao Rio Grande do Sul, o Estado irá iniciar a próxima semana precisando de 434.710 doses de Coronavac para completar a imunização de idosos. A segunda dose deveria ser tomada de três a quatro semanas após a primeira, mas o RS já registra falta desses imunizantes.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, nesta semana o RS precisava de 40.470 doses de Coronavac para completar o esquema vacinal do grupo de pessoas que foram imunizados com doses que chegaram em 20 de março. Porém, já há necessidade de 223.400 para a segunda injeção de quem começou o processo até 26 de março.
Nesta sexta-feira, a situação piorou, pois foi quando venceu o intervalo recomendado a 200.840 pessoas que receberam a aplicação em 2 de abril. Ao todo, então, são 464.710 doses necessárias para completar de imediato o esquema vacinal de idosos.
Nessa quinta, o RS recebeu 7,2 mil doses de Coronavac, que sequer foram distribuídas para serem adicionadas a um lote maior. Neste fim de semana, a SES confirmou a chegada de 22.800 doses de Coronavac, ainda em dia e horário a serem conhecidos. Essas 30 mil vacinas serão inteiramente destinadas à aplicação da segunda dose a partir da semana que vem.
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A Coronavac corresponde a 68,2% de todas as doses já aplicadas no RS até esta sexta-feira. No entanto, ao longo do mês de abril – em razão de atrasos na chegada de insumos na produção do Instituto Butantan –, a chegada de novas ampolas do Butantan vem caindo. Em 2 de abril foram 600,4 mil doses. Nos carregamentos seguintes foram: 141,8 mil, 173,8 mil, 50,2 mil e 7,2 mil.
Especialistas advertem sobre atraso
O Ministério da Saúde recomenda a aplicação da segunda dose de Coronavac mesmo após o período de quatro semanas. A Secretaria Estadual da Saúde e a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre garantem a segunda dose a todos aqueles que estejam com o cronograma atrasado.
No entanto, especialistas advertem que este atraso poderá afetar a eficácia do imunizante. “A realidade é que não há nenhum estudo que tenha avaliado o efeito de uma segunda dose após o 28º dia da primeira dose”, alertou o epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo Petry, que criticou o que considerou “uma falta de planejamento estratégico preocupante”.