Rio Grande do Sul declara emergência devido à circulação do vírus da febre amarela

Rio Grande do Sul declara emergência devido à circulação do vírus da febre amarela

Boletim apresentou 23 municípios com circulação da doença infecciosa

Correio do Povo

Governo realizou reunião sobre casos de febre amarela no RS

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O governo do Rio Grande do Sul declarou, nesta quarta-feira, emergência em saúde pública por causa da confirmação da circulação do vírus da febre amarela no Estado. Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann,  "é necessário, neste momento, uma efetiva integração da rede de atenção à saúde com as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) e gestores municipais de saúde. Além da preocupação com o coronavírus, que estamos enfrentando há mais de um ano, precisamos ficar atentos, evitando que outras epidemias cheguem ao Rio Grande do Sul".

Nesta quarta-feira, a secretaria assinou a portaria 341/2021, onde declara a emergência em relação à febre amarela, durante a reunião, onde também foi anunciada a criação do Centro de Operações em Emergência (COE) de Arboviroses, com a participação de representantes da Federação dos Municípios do RS (Famurs) e do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). 

Segundo o último boletim epidemiológico de arboviroses, referente ao período de 18 a 24 de abril, 23 municípios confirmaram a circulação do vírus da febre amarela. Este grupo, considerado área vermelha, é formado por municípios onde foram encontrados primatas mortos, contaminados por mosquitos de áreas silvestres que transmitem o vírus da doença. Outros 72 municípios, situados no entorno, são considerados de área amarela, com riscos de também virem a ter circulação do vírus. Até agora, a doença não foi detectada em humanos.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser silvestre ou urbana. O vírus é transmitido por mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. Desde 1942, não existem casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti. Em áreas de matas, a morte de primatas não humanos (epizootias) servem de sentinelas da chegada do vírus em determinada região.

Prevenção e imunização

De acordo com o governo estadual, o Rio Grande do Sul não registrava a presença do vírus causador da febre amarela desde 2009.

Em janeiro de 2021, foi confirmado o caso de um bugio morto no município de Pinhal da Serra, na Região Serrana, próximo à divisa com Santa Catarina. "Desde que foi constatada a circulação do vírus da febre amarela pela presença de primatas mortos, as equipes estão presentes no campo para localizar e monitorar todos os episódios, que vêm sendo registrados por 12 semanas consecutivas desde janeiro", informou o biólogo do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marco Antonio Barreto de Almeida.

No período de julho de 2020 a 26 de abril de 2021, o CEVS registrou 266 casos de macacos mortos. 

Para enfrentar a disseminação da febre amarela, o especialista afirma que “precisamos vacinar a população, investigar presença de primatas mortos e também proteger os primatas, por não serem responsáveis pela transmissão dos vírus aos humanos”.

Segundo a chefe da divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, “a estratégia de vacinação deve ser intensificada imediatamente para elevar as coberturas em áreas vermelhas e amarelas, principalmente pessoas residentes em áreas rurais, silvestres e periurbanas, onde as atividades rurais e urbanas se misturam". A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pode ser encontrada nas Unidades de Saúde da Atenção Primária.

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