Criadores da vacina russa Sputnik V criticam ''preconceito'' de comissário europeu
Vacina russa foi inicialmente recebida com ceticismo no exterior, mas sua confiabilidade foi validada em fevereiro por uma revista científica
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Os criadores da vacina russa contra o coronavírus acusaram, nesta segunda-feira, o comissário europeu, Thierry Breton, de "preconceito" por ter afirmado que a União Europeia (UE) não tem necessidade da Sputnik V. "Os preconceitos levam ao fracasso. E os fracassos de Breton são claros para muitas pessoas na UE", disse no Twitter a conta oficial da vacina russa, referindo-se aos atrasos na campanha de vacinação na Europa.
Breton, responsável pelos aspectos industriais da fabricação de vacinas contra a Covid-19 na UE, afirmou na emissora francesa TF1 no domingo que os europeus "não dependem da Sputnik V de forma alguma", já que outros imunizantes estão homologados. "A Sputnik V é uma vacina complementar, temos 350 milhões de doses", declarou o comissário europeu do Mercado Interno, acrescentando que "os russos têm dificuldade para fabricá-la e (que) sem dúvida terá que ajudá-los".
A Sputnik V foi inicialmente recebida com ceticismo no exterior, mas sua confiabilidade foi validada em fevereiro pela revista científica The Lancet. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está examinando atualmente seu pedido de autorização.
Funcionários da UE acusam Moscou de fazer "propaganda" com a Sputnik V. Buscando ampliar sua capacidade de abastecer o exterior com vacinas, Moscou assinou nos últimos dias dois acordos para a produção de 400 milhões de doses na Índia, entre vários contratos.