China confirma envio e insumos para vacina chegam a SP na próxima semana
João Doria se reuniu com embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, na manhã desta terça-feira
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O embaixador chinês no Brasil Yang Wanming confirmou na manhã desta terça-feira a liberação de insumos para Coronavac, imunizantes desenvolvido pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac. O diretor da entidade brasileira, Dimas Covas, afirmou que o material deve chegar dia 3 de fevereiro ao Brasil.
"Os lotes chegarão na próxima semana, em 3 de fevereiro. Temos mais 5.600 litros em processo de liberação, o que com os 5.400 litros já anunciados, totaliza 11 mil litros. Com essa quantidade, regularizaremos a entrega", afirmou Covas.
O embaixador chinês disse que a autorização para exportação dos insumos da vacina se trata de uma questão técnica e não política. "A situação da pandemia ainda é incerta, haverá uma demanda urgente de longo prazo pela vacina. A parte chinesa está disposta a fazer comunicações com o governo federal e estadual apoiar a parceria entre a Coronavac e o Butantan de maneira que a Coronavac vai contribuir ainda mais para o combate a pandemia", afirmou.
"O Brasil é um país importante e parceiro de grande significado para a China. Matemos uma relação amistosa tradicional entre os dois países, incluindo São Paulo, o maior estado do Brasil, que sempre manteve uma boa relação com a China. Priorizamos nosso relacionamento com a China e os avanços", disse o embaixador.
Ambos participaram de uma coletiva de imprensa com o governador do Estado de São Paulo, na manhã desta terça-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes, para tratar sobre insumos para o desenvolvimento da Coronavac. Doria agradeceu a China pelo envio respiradores, monitores e equipamentos de proteção hospitalar aos hospitais de São Paulo no começo da pandemia.
Covas disse que a liberação dos insumos, sinalizada pelo embaixador chinês, deve ganhar celeridade com o registro do imunizantes na China. "A liberação desses lotes será muito rápida", disse. Segundo ele, há ainda outro lote com o volume de 5.600 litros, totalizando 11 mil litros. "Com isso, regularizaremos nossas entregas ao Ministério dentro do planejado até o final de abril referentes aos 40 milhões de doses contratadas até o momento. Existe a possibilidade de um adicional de 54 milhões de doses, mas precisamos de uma sinalização do Ministério da Saúde."
Segundo ele, na sexta-feira (22) um ofício foi enviado ao Ministério da Saúde para o planejamento da produção. "O quanto antes houver essa definição, o quanto antes iniciamos o planejamento e traremos essas vacinas para o Brasil."
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Disputa política
Em meio a uma disputa de narrativas entre o governo de São Paulo e o federal sobre quem foi o responsável para convencer a China a liberar os insumos para a fabricação da Coronavac, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para comemorar o feito.
Praticamente um dia depois de a conta oficial de o Planalto divulgar, na integra, a carta do governo chinês confirmando o envio de insumos para a vacina contra a Covid-19, o presidente postou um emoji (figura para demonstrar reações) com um aperto de mãos.
A reação de Bolsonaro se deu após o governo do estado de São Paulo, de João Doria (PSDB), afirmar que toda a negociação foi realizada pelo Instituto Butantan e pela gestão paulista desde maio do ano passado. Doria havia contestado, por meio de sua assessoria e também pelas redes sociais, a versão do Palácio do Planalto, nesta segunda-feira.
O texto do governo paulista diz que o governo federal não teve participação na liberação de insumos chineses para a vacina. "Não é verdade o que disse o Presidente Bolsonaro em redes sociais, de que a importação de insumos da China foi uma realização do Governo Federal", diz a nota. Foram liberados 5.400 litros de insumos.
"Esta negociação é continua e nunca foi interrompida, mesmo quando o Governo Federal através do presidente da República anunciou publicamente em mais de uma ocasião, que não iria adquirir a vacina por causa de sua origem chinesa. Neste período, um total de 4 lotes de vacinas e insumos foram recebidas pelo Governo de SP sem nenhuma participação do governo Bolsonaro", afirma o governo paulista.