Ministério da Saúde autoriza ampliação "emergencial e temporária" do Mais Médicos em Manaus
Sistema de saúde da capital do Amazonas entrou em colapso em virtude do agravamento da pandemia de Covid-19 na cidade
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O Ministério da Saúde autorizou a ampliação "emergencial e temporária" de 72 vagas para profissionais do Programa Mais Médicos para Manaus. A extensão das vagas é válida por um período improrrogável de um ano, segundo portaria da pasta publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. O sistema de saúde da capital do Amazonas entrou em colapso em virtude do agravamento da pandemia de Covid-19.
A situação de Manaus piorou muito desde a semana passada, quando começou a faltar oxigênio hospitalar para tratar pacientes, o que provocou várias mortes por asfixia. A portaria da Saúde diz que o provimento das vagas será realizado via edital de chamamento público de médicos e que os profissionais que passarem pela seleção serão alocados no município de Manaus e continuarão a desempenhar suas atividades no âmbito do projeto até o prazo final do termo de adesão e compromisso.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concedeu entrevista coletiva à imprensa sobre Manaus e novamente tentou afastar do governo federal qualquer responsabilidades pelo colapso de saúde de lá. A falta de oxigênio na cidade atinge pacientes de Covid-19 e até bebês prematuros.
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"Fizemos tudo o que tinha de fazer. Estamos fazendo e vamos continuar fazendo", disse Pazuello durante a entrevista. O general negou lentidão do governo federal para oferecer ajuda na entrega de insumos como o próprio oxigênio. O governo federal disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que soube dias antes do colapso em Manaus, no dia 8 de janeiro, da iminente falta de oxigênio. No dia seguinte, segundo Pazuello, ele e sua equipe embarcaram para Manaus e houve reforço na entrega de insumos.
Uma viagem do ministro Pazuello a Manaus na última semana, no entanto, ficou marcada pela defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina. Em dezembro, o presidente Jair Bolsonaro apoiou protestos feitos no Amazonas que levaram o governador Wilson Lima (PSC) a desistir do fechamento do comércio.
"Sei que a vida não tem preço. Mas não precisa ficar com esse pavor todo", disse Bolsonaro em 28 de dezembro. "Vi que o povo em Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas", completou. Menos de um mês mais tarde, as aglomerações de fim de ano são apontadas pelo próprio governo local como determinantes para a explosão de internações e mortes.