Pesquisa do Epicovid-19 precisaria de R$ 600 mil para mais duas fases no RS

Pesquisa do Epicovid-19 precisaria de R$ 600 mil para mais duas fases no RS

O único estudo populacional sobre o coronavírus no mundo teve sua última rodada realizada em setembro

Jessica Hübler

Os resultados da oitava etapa do estudo, foram divulgados em 10 de setembro

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Para realizar mais duas fases do Epicovid-19, o único estudo populacional sobre o coronavírus no mundo, os pesquisadores precisariam de R$ 600 mil em financiamento mas, até agora, não há recursos disponíveis para que a pesquisa tenha continuidade. Os resultados da oitava etapa do estudo, foram divulgados em 10 de setembro. Na época, a coordenadora do Comitê de Dados do governo estadual, Leany Lemos, afirmou que a intenção seria realizar pelo menos mais duas fases da pesquisa.

Na realização das primeiras oito fases de acompanhamento, o estudo foi coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pelo Governo do Estado Rio Grande do Sul, com apoio de doze universidades públicas e privadas. Segundo o reitor da UFPel e coordenador do Epicovid-19, Pedro Hallal, estamos no pior momento da pandemia no Estado e é "absolutamente necessário que tenhamos nova fase da pesquisa". 

Segundo ele, a questão financeira é o único impeditivo para a continuação dos trabalhos. "Demonstramos que tínhamos interesse em fazer mais fases, houve sinalização positiva para isso e no começo de novembro conversamos com o governo do Estado, mas não vimos nenhuma opção de financiamento", explica.

Conforme Hallal, os pesquisadores pedem ajuda para conseguir prosseguir com os estudos. "Mas também não dá para ficar todo peso de pedir essa ajuda nos pesquisadores principais. Todas as universidades parceiras também concordaram em realizar novas fases e a empresa de coleta de dados já se colocou à disposição", comenta.

Busca por financiamento 

Hallal enfatiza que agora é preciso que os outros atores, especialmente o governo do Estado, auxilie na busca por financiamento para que seja possível garantir a realização de pelo menos mais duas fases do Epicovid-19. É necessário arrecadar pelo menos R$ 300 mil por fase, ou seja, R$ 600 mil no total. "O ideal seria fazer uma agora no começo de dezembro e outra logo depois das festas de final de ano", destaca.

De acordo com Hallal, não há dúvidas de que a pandemia está no seu pior momento no Rio Grande do SUl. "Estamos com maior número de casos, aumento das internações e menor adesão da população às medidas de distanciamento, é uma tempestade perfeita ao contrário. A situação é bem preocupante e nesse cenário uma etapa do Epicovid-19 mostrando concretamente qual a situação ajudaria muito na tomada de decisão e na mudança de percepção das pessoas sobre o quanto elas precisam levar a sério esse momento", pontua.

O poder de convencimento da equipe científica, conforme Hallal, chega até um limite. "Se vemos que aqueles que deveriam priorizar, não estão priorizando, a gente aceita", desabafa.

O governo do Estado informou que a pesquisa de prevalência da Covid-19 "trouxe importantes insumos para o enfrentamento da pandemia ao longo de suas oito etapas, realizadas entre os meses de abril e setembro".

"Nestas condições, ou seja, sem depender de recursos públicos, havia uma expectativa de realizar duas novas rodadas, que acabou não se viabilizando, embora o governo tenha realizado o mesmo esforço institucional para sua efetivação. De qualquer sorte, o governo agradece a importante contribuição da UFPel e demais universidades que atuaram no estudo neste momento que exige uma ação solidária e sempre embasada na ciência em defesa da vida", afirma o governo do Estado.

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