Lula critica reforma trabalhista e teto de gastos
Apesar de críticas, presidente eleito não deu detalhes do que pretende rediscutir na lei
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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou a reforma trabalhista e o teto de gastos públicos, aprovados no governo do ex-presidente Michel Temer, durante discurso nesta quinta-feira, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), para parlamentares e membros da equipe de transição. Foi a primeira visita do petista ao local que sedia a transição do governo, desde que venceu a eleição presidencial.
“Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Por que falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, teto de gastos? Por que as mesmas pessoas não discutem a questão social nesse país?”, indagou.
Críticas sem soluções
Apesar de criticar a reforma trabalhista, o petista não deu detalhes do que pretende rediscutir na lei. A reforma foi aprovada pelo Congresso Nacional depois de meses de discussão do governo com parlamentares, sindicatos de trabalhadores e patronais. O presidente afirmou, também, que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP), não será ministro em seu governo. Alckmin é coordenador da equipe de transição. "Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente”, afirmou Lula.
Forças Armadas
O petista criticou o presidente Jair Bolsonaro por, segundo ele, envolver as Forças Armadas em política. “Um presidente da República, que é o chefe supremo das Forças Armadas, não tem o direito de envolver as Forças Armadas a fazerem uma comissão para investigar as urnas eletrônicas".
Compromisso com outros Poderes
Nesta semana, o presidente eleito fez um "tour" por Brasília - é a primeira vez que o petista vem para a capital federal desde o resultado das eleições. Lula se encontrou, na quarta-feira, com os presidentes Arthur Lira (Câmara dos Deputados), Rodrigo Pacheco (Senado Federal), Rosa Weber (Supremo Tribunal Federal) e Alexandre de Moraes (Tribunal Superior Eleitoral).
Um dos tópicos abordados na reunião com os presidentes das duas Casas do Legislativo foi a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que visa financiar a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 mais R$ 150 para famílias com crianças menores de seis anos.
Lira e Pacheco demonstraram, durante a reunião com Lula, "muita disposição de fazer com que as coisas aconteçam com a maior pressa possível", de acordo com o presidente eleito. Questionado sobre a PEC da Transição, o petista disse estar confiante na aprovação do texto, que deve começar a tramitar pelo Senado Federal.
A expectativa é que, após o encontro com políticos aliados no CCBB, Lula retorne a São Paulo ainda na tarde desta quinta-feira. Não há, ainda, agenda para o dia seguinte, sexta-feira.