RS: Novo governo já articula composição
Nomes indicados para transição são cotados para comporem novamente o grupo de Secretariado
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Nesta terça-feira, o governador Ranolfo Vieira Jr. (PSDB) anunciou quais serão alguns dos nomes responsáveis pela transição de governo. Com o início do processo e a composição do grupo responsável por ela, se intensificam as articulações para a formação do novo governo. Internamente, o fato de o chefe da Casa Civil, o secretário do Planejamento e o PGE serem os primeiros nomes anunciados aumenta, conforme interlocutores da chapa eleita, as expectativas de que os três sigam na segunda administração de Eduardo Leite (PSDB). No caso de Artur Lemos, além de chefiar a Casa Civil desde a primeira gestão de Leite, ele também preside interinamente o PSDB gaúcho, foi um dos coordenadores da campanha tucana e, no dia do pleito, a liderança que acompanhou o governador eleito durante o tradicional roteiro de entrevistas a emissoras de rádio e TV.
Também do PSDB, o atual governador, Ranolfo Vieira Júnior, é reconhecido não apenas pela lealdade, mas, também, por sua atuação durante o período em que acumulou as funções de vice e secretário da Segurança Pública, até o final de março, quando deixou os postos para assumir o governo em função da renúncia de Leite. Por isto, há a possibilidade de que novamente comande a Segurança.
Já entre emedebistas, há quem defenda que o vice eleito, o deputado estadual Gabriel Souza (MDB), também ocupe um posto de destaque na transição, em função de seu trânsito e experiência na articulação política. E já há especulações no sentido de que ele venha a acumular ainda o posto com o comando de alguma secretaria. Há dúvidas sobre esta questão porque, caso Leite invista na pretensão de se consolidar como liderança nacional para ser uma das alternativas à disputa pela presidência da República em 2026, deverá fazer muitas viagens pelo país, e caberá a Gabriel, nesse caso, ocupar o cargo.
Outro cotado do MDB para permanecer no secretariado é o deputado estadual reeleito Juvir Costella, que obteve a maior votação entre os eleitos do MDB para a Assembleia Legislativa. No primeiro governo ele ocupou a Secretaria de Logística e Transportes. O primeiro suplente do MDB na Assembleia é Rafael Braga Librelotto e, o segundo, o deputado Carlos Búrigo, que não se reelegeu. O partido encaminha ainda articulações para a colocação do deputado federal Giovani Feltes, que ficou na primeira suplência da sigla na Câmara.
As conversas em relação ao aproveitamento de quadros partidários também já ocorrem no União Brasil e no PSD. No União Brasil, o deputado federal eleito Luiz Carlos Busato é um dos integrantes do secretariado anterior que deixou o cargo no fim de março para concorrer. Ele é reconhecido pelo trabalho para que o partido, que tinha uma parcela significativa que preferia apoiar o adversário Onyx Lorenzoni (PL), permanecesse fiel ao tucano. Já o PSD tem entre suas lideranças a ex-secretária Ana Amélia Lemos, derrotada na disputa ao Senado.
Nas próximas semanas devem se intensificar ainda as conversas com o PP. Apesar de integrar o primeiro governo e deter nele postos importantes, a legenda lançou candidatura própria ao Piratini no primeiro turno e, no segundo, apoiou Onyx oficialmente. Apesar disto, diversas lideranças partidárias abriram dissidência e ficaram com Leite. Entre elas a família Covatti. A deputada estadual reeleita Silvana Covatti obteve a maior votação de sua sigla para o Legislativo gaúcho. E seu filho, Luis Antonio Covatti, se reelegeu para a Câmara dos Deputados. O primeiro suplente do PP na Câmara Federal é o deputado estadual Sérgio Turra.
No núcleo da futura administração, contudo, há a preocupação em não passar a imagem de “mais do mesmo”. É central a ideia de que é preciso ficar claro que em janeiro terá início um novo governo, que vai avançar em demandas não atendidas anteriormente. Por isso, por exemplo, já há expectativa entre aliados sobre as definições para as pastas da Educação e de Obras (ou seu equivalente). A Educação porque ela é apontada desde a campanha como a área que ganhará prioridade na nova administração. Obras, porque, para além de ser um setor cobiçado, terá papel importante dentro do projeto de qualificação da Educação, uma vez que as deficiências na infraestrutura de prédios e instalações são consideradas um problema que agrava a situação dos baixos índices educacionais do RS.