Assembleia do RS tem nova divisão de forças políticas
Entre os partidos, alguns tiveram ampla renovação, enquanto que outros dobraram de tamanho como o PL e o Republicanos
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A nova composição da Assembleia Legislativa trouxe algumas novidades em relação aos ocupantes dos assentos nos próximos quatro anos. A principal diz respeito à inédita bancada negra: os vereadores de Porto Alegre Matheus Gomes (PSol), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Laura Sito (PT) foram eleitos e deverão, a partir de fevereiro de 2023, compor a 56º legislatura. As duas últimas representam, ainda, um avanço a mais, considerando que a Assembleia nunca teve uma deputada negra.
Nas comparações com os eleitos em 2018, a renovação foi de 50%, com 28 rostos novos que não obtiveram aval das urnas no pleito anterior para compor o parlamento. Entretanto, uma série de eventos mudaram a composição durante os últimos quatro anos, fazendo com que quatro deputados suplentes assumissem como titulares na atual legislatura. São eles: Beto Fantinel e Patrícia Alba, ambos do MDB; Rodrigo Lorenzoni (PL) e Stela Farias (PT). Assim, levando-se em comparação a formação atual, a renovação nas cadeiras é de apenas 43%, com 31 reeleitos e 24 novos.
A mesma mudança se dá em relação às bancadas. Em comparação com o pleito anterior, houve uma fragmentação no número de partidos, inclusive em função das federações, que são uma novidade e contam como se fossem um “bloco” só. Em 2018, 17 partidos conseguiram representação. Este ano, foram 15. No entanto, o troca-troca de siglas, resultado da janela partidária e da fusão entre Dem e PSL, que criou o União Brasil, também fizeram com que a composição atual fosse de 15 siglas. Quanto à distribuição de bancadas, alguns partidos como o MDB, Novo, PTB, PSB e Cidadania (que está em federação com o PSDB) saíram perdendo e viram seu tamanho diminuir ou, desaparecem como no caso do último. Em contraponto, Republicanos e PL, em comparação com 2018, dobraram de tamanho.
Bancada feminina permanece
Nesta eleição 11 mulheres foram eleitas para ocupar uma vaga na Assembleia, representando 20% do total. Em comparação com 2018, o número sofreu um sutil aumento, mas, se comparada com legislatura em curso, a quantidade de mulheres se mantém. As novidades são: Bruna Rodrigues, Delegada Nadine (PSDB), Laura Sito (PL), Eliana Bayer (Republicanos) e Adriana Lara (PL). Se mantiveram na Casa: Luciana Genro (PSol), Silvana Covatti (PP), Kelly Moraes (PL), Sofia Cavedon (PT), Stela Farias (PT) e Patrícia Alba (MDB), as duas últimas assumiram titularidade durante a legislatura. A Federação PT,PCdoB e PV é a bancada com o maior número de mulheres, com quatro deputadas.
Mesmo que o número de mulheres não tenha ampliado, o número que veio das urnas foi expressivo. Luciana Genro e Silvana Covatti ficaram em segundo e quarto lugar, respectivamente, como mais votadas. Para fins de comparação, a deputada do PSol, que fez 111 mil votos, recebeu cerca de 37 mil votos a mais do em 2018. Os votos de Silvana, Kelly e Sofia também aumentaram.
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Renovação nas bancadas
O Republicanos, que conquistou cinco vagas, saiu mais renovado, mas só Sérgio Peres foi reeleito. Sua companheira de bancada, Fran Somensi, que também tentava retornar ao legislativo, não obteve sucesso. Demais parlamentares concorreram - e foram eleitos - à Câmara dos Deputados.
Das cinco vagas do PSDB, três também serão ocupadas por novos nomes. São eles: Delegada Nadine, Professor Bonato e Kaká D’Avila. Se mantiveram na bancada Pedro Pereira e Neri, o Carteiro, que ingressou na sigla em março, após janela partidária. Nomes conhecidos do partido, como a Zilá Breitenbach, e que vinham há legislaturas ocupando uma vaga, acabaram ficando com a suplência.
Em partidos como o Podemos e o Novo a renovação foi total: saíram os eleitos ou ingressos desta legislatura e novos assumiram o lugar. Já no MDB e PP prevaleceram os nomes antigos, com dois novos nomes em cada um. Nessas trocas, emedebistas reconhecidos acabaram perdendo espaço, foi o caso de Tiago Simon. Em contrapartida, no PSD, União Brasil e PSB não ocorreram mudanças e os nomes se mantiveram.
A disputa entre presidência
Em uma tradição informal, saem das quatro maiores bancadas eleitas os nomes de quem irá presidir a Casa, ficando um ano com cada sigla. Os critérios de escolha dentro dos partidos são individuais de cada sigla. Se a tradição se manter, deverão presidir: PT, MDB, PP. No quarto lugar há empate: PL, Republicanos e a Federação PSDB/Cidadania fizeram cinco candidatos cada. A decisão será entre eles.
Quem ficou de fora?
Entre os candidatos que tentaram a reeleição e não foram eleitos estão Carlos Búrigo (MDB), Tiago Simon (MDB), Gilberto Capoani (MDB), Fernando Marroni (PT), Issur Koch (PP), Capitão Macedo (PL), Luiz Henrique Viana (PSDB), Mateus Wesp (PSDB), Zilá Breitenbach (PSDB), Rodrigo Maroni (PSDB), Fran Somensi (Republicanos), Airton Lima (Podemos) e Giuseppe Riesgo (Novo). Porém, todos constam como suplentes de suas bancadas.
Candidatos ao Piratini elegem nomes aliados
Dos 10 candidatos ao governo do Estado, sete deles fizeram representantes na Assembleia Legislativa. As coligações de Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), que agora disputam o segundo turno, conquistaram, respectivamente, 10 e 17 deputados. Já a coligação de e Edegar Pretto (PL), que ficou em terceiro lugar na disputa, ajudou a eleger 14 nomes.
Os desdobramentos no segundo turno ainda deverão definir melhor o quadro que será estruturado na próxima legislatura sobre quais partidos deverão compor as bancadas de oposição e base.
*Colaboração de Flávia Simões