Tebet critica voto útil e diz que Brasil só tem futuro se acabar com polarização
Segundo candidata do MDB, votar em Lula para não eleger Bolsonaro é um risco; ex-presidente tenta conquistar eleitores dela
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A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, participou de uma sabatina na Record TV nesta quarta-feira e criticou a estratégia do voto útil, usada pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar convencer os brasileiros a votarem nele para evitar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno.
“Dia 2 de outubro ainda não chegou. O eleitor ainda tem tempo de fazer uma reflexão. Não é uma eleição que dá para apostar no menos pior. ‘Eu vou eleger A porque não quero B’ ou ‘eu vou eleger B porque não quero A’. O que está em jogo são os próximos quatro anos. Eleger o menos pior significa ter que enfrentar as dificuldades da miséria, da desigualdade, da fome, da falta de emprego, da falta de remédio no posto, da falta da qualidade do ensino, diante de um governante que não só não te representa como que também não tem as melhores propostas pro Brasil”, afirmou.
Segundo Tebet, a candidatura dela é capaz de romper a polarização política no país. “O poder do voto é seu [eleitor. Não é de ninguém que prega o voto útil. E acreditem: é possível fazer diferente. Mas é preciso construir um novo Brasil. E o Brasil só vai ter futuro e sucesso se acabar com essa polarização, esse discurso de ódio, essa briga. Somente com harmonia, com diálogo, com uma candidatura de centro capaz de unir o Brasil que o Brasil vai crescer e gerar renda. É isso que nós queremos para as famílias brasileiras. É esse o meu propósito”, destacou Tebet.
Sem reeleição
Durante a sabatina, a candidata afirmou que, caso eleita presidente, não tentará se reeleger para o posto. Segundo ela, ao abrir mão disso, é possível trabalhar melhor para o país. “Sendo eleita presidente da República, vou no cartório registrar publicamente um documento dizendo que não concorro à reeleição. Primeiro, para que consigamos fazer as reformas necessárias para garantir os empregos e renda que o Brasil tanto precisa. Fazer o Brasil voltar a crescer e aprovar os projetos relevantes. Segundo, para que eu não fique tentada a fazer o que todos os ex-presidentes e o atual presidente fizeram: ganha a eleição e no dia seguinte fica pensando na reeleição. Quebra o Brasil e cede ao fisiologismo, a esse toma lá dá cá de entrega de cargos, a gastar além do que tem.”
Tebet foi a última a participar das sabatinas que a Record TV realiza nesta semana com os candidatos à Presidência da República. Na segunda, o entrevistado foi o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na terça (27), Ciro Gomes (PDT). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não quis comparecer.