Eleições: Bolsonaro defende que Fachin, do TSE, se declare suspeito
Chefe do Executivo voltou a criticar o presidente da Corte Eleitoral e defender a participação das Forças Armadas no pleito de outubro
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta quinta-feira, que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin, se declare suspeito diante das eleições deste ano. A reportagem entrou em contato com o magistrado e aguarda retorno.
"Quem tirou o Lula da cadeia foi o Fachin. Tirou da cadeia para que? Para concorrer às eleições. Ele devia se declarar suspeito e sair fora da presidência do TSE. E o próprio Alexandre de Moraes, foi secretário da Segurança do Alckmin lá em São Paulo. E o Alckmin está agora com o Lula", disse.
Na sequência, Bolsonaro subiu o tom das críticas e afirmou que cabe ao presidente da República cuidar da política externa brasileira. "E olha o que o Fachin fez, nas últimas semanas, teve uma reunião com aproximadamente 75 embaixadores. Quem trata de política externa, sou eu. É privativo da minha parte tratar de política externa", argumentou.
"E ele reuniu, teceu críticas a meu respeito, disse que estou atacando a democracia. E depois disse que, após o resultado das eleições, no mesmo dia, imediatamente, os seus respectivos chefes de Estado devem reconhecer o presidente eleito. Só faltou falar que o Lula é eleito. Só faltou falar isso aí. É muito suspeito", completou.
Fachin permanece como presidente do TSE até agosto. Depois, a Corte será comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, alvo de críticas de Bolsonaro. O vice, por sua vez, será o ministro Ricardo Lewandowski. A composição do TSE estabelece, no mínimo, sete ministros titulares. Desse total, três são provenientes do Supremo Tribunal Federal (STF), dois vêm do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois são juristas da advocacia.
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Bolsonaro voltou a defender a participação das Forças Armadas no pleito que se avizinha e disse que, caso a Corte Eleitoral acate as sugestões feitas pelos militares e tenha qualquer custo, o Executivo pagará as despesas. "Convidaram por quê? E outra, a proposta das Forças Armadas, que porventura acarretar despesa, o Executivo paga. A essência da democracia é o voto contado, e não dentro de uma urna eletrônica que vem causando dúvida há muito tempo."
Os militares foram convidados pelo TSE a integrarem a Comissão de Transparência das Eleições e enviaram uma série de sugestões, que foram rejeitadas pela Corte. Em relatório técnico, o TSE apontou erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas e afirmou que várias das medidas indicadas como necessárias para ampliar a integridade do pleito já são adotadas.