Eleições 2024: PDT e PSB reforçam aliança para disputa em Porto Alegre e no interior do RS

Eleições 2024: PDT e PSB reforçam aliança para disputa em Porto Alegre e no interior do RS

Romildo Bolzan Júnior diz que siglas "não vão depender de ninguém" e são alternativa para romper a polarização

Felipe Nabinger

Romildo Bolzan Júnior (PDT) e Mário Bruck (PSB) durante participação no Esfera Pública, na Rádio Guaíba

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Partidos que em âmbito nacional integram a base do governo Lula (PT) e no Estado o governo de Eduardo Leite (PSDB), PDT e PSB buscam, unidos, protagonismo nas eleições municipais de 2024 no RS. As duas siglas, que deverão formar federação para 2026, vêm conversando para contar com alianças no maior número de cidades gaúchas possíveis. O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Júnior, dá como certa candidaturas a prefeito ou vice nas cinco cidades com segundo turno no Estado, incluindo Porto Alegre. Em 2020, o partido disputou com Juliana Brizola, na cabeça de chapa, tendo Maria Luiza "Malu" Loose (PSB) como vice, terminando em quarto lugar.

“Não vamos depender de ninguém. Não vamos depender do prefeito ou de uma frente ampla de esquerda, que acho muito difícil. Nós somos a alternativa para romper esses polos. Vamos nos colocar no primeiro turno para disputar”, afirmou Romildo, em entrevista ao "Esfera Pública", da Rádio Guaíba. Romildo aposta, também, que uma chapa majoritária dará mais visibilidade à proporcional. O PDT, em Porto Alegre, elegeu dois vereadores no último pleito.

Quando à formação de uma chapa entre as duas agremiações, Romildo e o presidente estadual do PSB, Mário Bruck, minimizam o debate sobre quem ficaria com a cabeça. “Tudo se desenha, novamente, para a possibilidade de repetir (coligação). Isso (a cabeça da chapa) penso que não é o problema entre os nossos partidos”, disse Bruck, que também participou do programa. Para ele, o desafio é apresentar um programa político para Porto Alegre.

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Bruck diz que, apesar de o partido ter apoiado Sebastião Melo (MDB) no segundo turno, em 2020, a sigla não participa do governo municipal, tendo o vereador Airto Ferronato como “independente” na Câmara da Capital, o que dá “liberdade” para disputar o pleito contra o prefeito, que buscará reeleição. Ele vê os dois partidos como “de diálogo” e como possibilidade para “incitar a convergência”. “Estamos trabalhando muito forte para que a polarização não seja o tema principal das eleições, mas, sim, os problemas dos municípios.”

Quanto a nomes, os presidentes das siglas evitam ser definitivos. No lado pedetista, despontam novamente Juliana Brizola, que fez 41 mil votos em 2020 e não conseguiu se eleger deputada federal em 2022, e Vieira da Cunha, candidato do partido ao Piratini, sexto colocado no pleito do ano passado com pouco mais de 101 mil votos, sendo 19 mil em Porto Alegre. No PSB, Bruck cita Ferronato como uma das possibilidades, mas afirma haver outras lideranças aptas.

Movimentos pelo interior

Para as demais cidades, Romildo afirma querer manter ou ampliar em até 10% o número de prefeitura do PDT. Ele reconhece que, para manutenção da representatividade, o partido precisa de votos no interior. Atualmente, a sigla conta com 66 prefeitos e 69 vices, além de ter eleito 705 vereadores. “Não temos uma estratégia levando o número de eleitores (dos municípios). Vamos estruturar, nas cidades com porte médio, a maior quantidade de candidaturas possíveis”, revela o dirigente pedetista. Para isso, ele projeta de 150 a 170 candidaturas majoritárias.

Nas outras cidades com segundo turno, o partido aposta em Alceu Barbosa Velho, em Caxias do Sul, Reginaldo Bacchi, em Pelotas, e Paulo Burmann, em Santa Maria. Em Canoas, não há ainda um nome de consenso. A tendência é que o partido, que está na base, não apoie a tentativa de reeleição de Jairo Jorge (PSD), ligando-se a algum nome de "fora do cenário atual" do município ou marcando posição, com a candidatura do vereador Alexandre Gonçalves.

O PSB tem como estratégia priorizar as 55 maiores cidades do Estado, realizando, conforme Bruck, um “trabalho diferenciado” e com proximidade da executiva estadual nas estratégias locais. Os socialistas têm 18 prefeitos, 22 vices e 226 vereadores eleitos no pleito de 2020 no RS.


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