Janela partidária movimenta Câmara de Porto Alegre
Mesmo faltando cinco meses para o período, conversas sobre trocas de partidos intensificam-se nos bastidores
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Mesmo faltando cinco meses para a janela partidária, quando os vereadores poderão trocar de partido sem perderem o mandato, o assunto já movimenta a Câmara de Porto Alegre. Confirmadas, as migrações vão trazer mudanças significativas nas composições das bancadas e no processo de articulação focando as eleições de outubro de 2024.
Entre as movimentações, destaca-se o MDB, partido do prefeito Sebastião Melo, que trabalha para aumentar o número de parlamentares.
A bancada composta por Lourdes Sprenger, Idenir Cecchim e Pablo Melo deve ganhar novos integrantes no próximo ano. No momento, o nome com as conversas mais avançadas é com Jessé Sangalli, vereador que está no Cidadania. Nas últimas semanas, Pablo convidou o vereador para uma reunião do MDB, quando o deputado federal da sigla, Osmar Terra, entregou ao vereador emedebista um manifesto pedindo o rompimento com o governo Lula (PT). Jessé garantiu que não fica no Cidadania “por conta do PSDB”. Os dois partidos são federados e o vereador, que já foi do ninho tucano quando exerceu a vereança em Viamão, teve rixas internas. “Vou para um partido que apoia o Melo e, nesse momento, é o MDB”, falou.
Outros nomes com histórico na Capital já tiveram sondagens do MDB. Um deles, Airto Ferronato (PSB), diz que avalia se sairá ou não do seu partido. Em 2022, quando era candidato ao Senado, Ferronato renunciou à disputa, justificando falta de recursos para sua campanha. À época, disse que sentiu “um desrespeito enorme por parte do partido”. Unindo o interesse de alas ideológicas distintas, ele recebeu sondagens do PP, PDT, PCdoB, PSol e Podemos.
O vereador Cassiá Carpes (PP) anunciou estar insatisfeito no atual partido, mas ainda não definiu o seu rumo. “Devo trocar de partido”, afirmou Cassiá, que espera para decidir entre três opções partidárias.
O PTB poderá ficar sem bancada. Tanise Sabino e Hamilton Sossmeier também receberam sondagens do MDB. Tanise afirmou que só sairá se a legenda não conseguir montar uma nominata para 2024. “Se eu ver que não será possível, terei que buscar outra alternativa”, disse. Ela recebeu convites do Republicanos e do PP. Presidente da Casa, Sossmeier está com um pé dentro do Podemos, mas diz que recebeu propostas de “quase todos os partidos”. Indo “de mala e cuia” para o Podemos, como ele mesmo falou, está o vereador Giovane Byl, que também integra a bancada do PTB.
Sem vereadores no momento, após a saída de Fernanda Barth para o PL, o Podemos também tem interesse no vereador Cláudio Conceição (União Brasil), que garantiu cadeira depois da cassação de Alexandre Bobadra (PL). Apesar dos rumores, Conceição disse que concorrerá em 2024 pelo seu atual partido. Na tentativa de crescer bancada, o União Brasil acenou para Mauro Pinheiro (PL), que tem articulações para ser o próximo presidente da Casa. Mauro afirma que “a princípio, fica no PL”.
Enquanto isso, o PP trabalha para manter o mesmo número de vereadores. Mônica Leal, que já demonstrou insatisfação, permanecerá na sigla e, segundo o presidente municipal Vitor Alcântara, a vereadora Comandante Nádia também. Entre os convites realizados pelo PP estão a atual vice-líder do governo, Cláudia Araújo (PSD), e Tanise Sabino. Cláudia recebeu sondagens informais do MDB e Podemos.
No Novo, é dado como certo a chegada de Ramiro Rosário (PSDB). O vereador se distanciou do PSDB e é visto constantemente em conversas com parlamentares do Novo. Assim, ele se somaria a os atuais dois vereadores — Mari Pimentel e Tiago Albrecht. Porém, Mari não está com boas relações internas no partido. Ela tem afinidade com o PSDB, mas coleciona desentendimentos, principalmente pela sua atuação na CPI da Educação da Câmara da Capital.
*Supervisão Mauren Xavier