Flávio Bolsonaro defende legalidade de presente em joias dado ao pai: "Muita espuma para nada"

Flávio Bolsonaro defende legalidade de presente em joias dado ao pai: "Muita espuma para nada"

Senador acredita que as investigações vão mostrar que não houve troca de favores

R7

Senador acredita que as investigações vão mostrar que não houve troca de favores

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta quinta-feira que não houve qualquer ilegalidade envolvendo as joias apreendidas pela Receita Federal que teriam sido um presente da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O governo quer muita espuma para nada. Não teve nenhuma ilegalidade", defendeu, ao R7, o filho mais velho do ex-chefe do Executivo federal. As joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021 com um assessor da gestão de Bolsonaro.

O presente teria sido entregue ao ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque durante uma viagem à Arábia Saudita. O governo Bolsonaro tentou resgatar, por várias vezes, as joias apreendidas. Segundo integrantes do governo do ex-presidente, os presentes seriam incorporados ao acervo da Presidência da República.

Albuquerque foi presencialmente tentar recuperar as joias, momento em que revelou que se tratava de um presente à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e ao ex-presidente. Ainda assim, o material ficou retido, já que no Brasil é obrigatória a declaração de qualquer bem que entre no país com valor superior a US$ 1 mil.

Flávio sustenta a versão. "Todos os procedimentos que tentaram ser feitos ali eram com transparência, cumprindo a legislação. O fato é que foi um presente que eles [Bolsonaro e Michelle] receberam e que eles não têm [acesso]", disse. O senador também alegou que a ex-primeira dama não sabia da existência das pedrarias.

A Polícia Federal vai apurar o que motivou o envio das joias ao ex-presidente. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a abertura de inquérito para apurar o caso. O objetivo é saber se houve alguma contrapartida, como negociações comerciais e governamentais, para o recebimento dos bens.

Segundo Flávio, as investigações vão mostrar que "houve, no máximo, algum mal-entendido". "Não houve dolo por parte de Michelle nem do presidente Bolsonaro". Sobre uma possível troca de favores, o senador enfatizou que isso não existiu e que é "impossível configurar algum nexo de causalidade entre uma conduta criminosa e a de Jair e Michelle". 

Além das investigações da PF, há uma tentativa, por parte de deputados federais, de abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o caso. O pedido foi protocolado na quarta-feira e ainda precisa de assinaturas para possibilitar a instalação. São necessárias, no mínimo, 171. 

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