Agro, saúde e educação são o foco da próxima Assembleia do RS

Agro, saúde e educação são o foco da próxima Assembleia do RS

Deputados elencam as bandeiras como as principais em seus mandatos

Flávia Simões*

Pautas unem deputados de diferentes partidos

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Para além de projetos enviados pelo Executivo, os deputados da nova legislatura na Assembleia Legislativa também devem trabalhar em bandeiras próprias. Assuntos ligados à saúde e à agricultura, além da educação, que é o principal foco do Piratini nos próximos anos, aparecem como as principais bandeiras entre os parlamentares. De diferentes partes do Estado, regiões específicas também devem ganhar atenção daqueles com perfil mais municipalistas.

Se formos classificá-los em bancadas, ao menos 18 deputados integrariam a do agronegócio, principal atividade econômica do Estado. Alguns nomes se destacam pela trajetória dentro do meio, como Silvana Covatti (PP), que já comandou a pasta da Agricultura, e Adolfo Brito (PP), que presidiu a comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo em anos anteriores. Entre as frentes específicas que devem ganhar espaço, destacam-se a da piscicultura, pauta dos deputados Sérgio Peres (Republicanos) e Zé Nunes (PT); da fumicultura, apoiada por Kelly Moraes (PL); e da produção de fertilizantes, de Paparico Bachi (PL).

A agricultura familiar também foi citada por, pelo menos, oito dos deputados que pretendem trabalhar em prol do meio. “Nós vamos trabalhar especialmente nas questões que têm a ver com o meio rural, especificamente as questões de infraestrutura para o meio rural, por exemplo, melhores rodovias, estradas de acesso às propriedades e dentro dos municípios, a questão da energia elétrica de qualidade, a Internet e comunicação, que, em muitos lugares, o sinal não é bom. Também em programas de apoio com subsídio para a questão da irrigação e, inclusive, no que diz respeito a equipamentos para as indústrias familiares, cooperativas de produção e assim por diante”, cita o deputado reeleito Elton Weber (PSB).

Já a saúde apareceu como uma bandeira de interesse de ao menos 18 deputados. O tema ganhou destaque nos últimos anos em função da pandemia de Covid-19, responsável pela morte de 41 mil gaúchos e agravante de problemas já conhecidos. Apesar de estar como uma pauta geral, frentes específicas como a defesa dos hospitais filantrópicos, a regionalização da saúde e programas de planejamento familiar devem ganhar espaço. A saúde mental e políticas de apoio às pessoas com deficiência também possuem seus representantes. “Nós vamos continuar fortemente com a questão do planejamento familiar, principalmente com a utilização dos implantes cutâneos, dando a possibilidade das mulheres e, principalmente, das meninas poderem escolher quando e quantos filhos vão ter. Isso traz empoderamento, traz liberdade às mulheres e, principalmente, diminui o nível de mortalidade materna e infantil e rompe com um ciclo de pobreza”, conta Thiago Duarte (União Brasil). 

A educação, entretanto, se fosse uma bancada, seria a maior da Casa: ao menos 20 citaram a bandeira como sua. Descrita, mais de uma vez, como único meio de acabar com as desigualdades, a área deverá ser uma pauta comum e, por vezes, trabalhada em conjunto com o Executivo. “Então vai ser a educação a principal ação, porque será a principal ação do governo, porque assim que se muda uma sociedade, é assim que se constitui novos caminhos, é assim que se prospecta a superação das dificuldades que uma sociedade tem”, disse o deputado Professor Bonatto (PSDB). 

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Outra temática deverá unir deputados de diferentes gêneros e partidos é a pauta das mulheres, para o fortalecimento da representação feminina na política ou para a elaboração de projetos no combate à violência. Do PL, com Kelly Moraes e Adriana Lara, ao PT, com Stela Farias e Sofia Cavedon, passando pelo PP de Silvana Covatti, PSD de Gaúcho da Geral, e Republicanos, de Eliana Bayer, deputadas e deputados apontam a causa como um dos seus motivadores, citando a necessidade de ampliação do direcionamento dos recursos do orçamento e o fortalecimento de órgãos de atuação, como a Procuradoria da Mulher.

“Se tem a violência contra as mulheres, é por conta de uma cultura enraizada na sociedade que é o machismo. E eu acredito muito que através da educação é que nós vamos mudar essa cultura machista e preconceituosa. É conversando na sala de aula com as crianças, com os jovens, que nós vamos ter em uma futura geração uma outra visão, com mais igualdade, com mais mais paz, mais fraternidade”, defende Adão Pretto (PT), que destacou a igualdade de gênero como uma “responsabilidade” a qual não apenas ele, mas que “os homens deveriam ter”. 

A pauta do desenvolvimento econômico, por vezes aliado à geração de emprego e renda, também é comum aos parlamentares de diferentes matizes. Prevalece o apoio ao empreendedorismo, desburocratização e fortalecimento da competitividade do Estado, principal bandeira de parlamentares como Felipe Camozzato (Novo), Marcus Vinicius (PP) e Rodrigo Lorenzoni (PL). Já para Pepe Vargas, que deve presidir a Casa no terceiro ano, e Luiz Fernando Mainardi, ambos do PT, as políticas de desenvolvimento devem estar alinhadas, principalmente, ao apoio de políticas públicas a determinados setores econômicos, como a agricultura familiar, cuja participação no PIB do Estado é expressiva. 

*Supervisão de Mauren Xavier

 

 


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