No Legislativo do RS perfil segue de homens, brancos e casados
Primeira bancada negra simboliza avanço na representação da diversidade
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O perfil de deputados da próxima legislatura da Assembleia Legislativa não sofrerá alterações na comparação com as anteriores. Basicamente a Assembleia é formada por homens (80%), brancos (90%), casados (70%), entre os 50 e 59 anos (32%), com o ensino superior completo (80%). Os números, porém, não correspondem ao eleitorado gaúcho, que é majoritariamente composto por mulheres (53%), solteiras (56%), com ensino fundamental incompleto (28,96%). Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Apesar disso, houve um avanço na representação de demais parcelas da sociedade. Um exemplo disso é a inédita bancada negra. Tomam posse três deputados negros, sendo que na atual legislatura não havia nenhum, formando a primeira bancada negra da Casa. “Nós somos mais de 1,2 milhão no Rio Grande do Sul e não tínhamos representação até agora. É o maior índice de representação negra na Assembleia e ainda é pequeno. Então, a gente quer desenvolver essa tradição política de representação negra e de reversão do histórico do nosso Estado, que sempre foi visto como um estado branco, essencialmente de colonização europeia, e não admitia essa diversidade negra e indígena. Mudar essa história é uma batalha de longo prazo que nós estamos apenas iniciando. Essa certamente é a prioridade número um para nós”, ressalta Matheus Gomes (PSol).
Na comparação com a legislatura anterior, o número de mulheres permanece o mesmo no Legislativo gaúcho, são 11 deputadas. A expectativa, porém, entre as deputadas, era que o número de colegas aumentasse. “Participação política significa uma melhora na vida das mulheres. Quando tu tens mulheres no Legislativo, porque é onde se representa a sociedade, tu vais legislar mais favorável às condições das mulheres. Nesse momento em específico, nós precisamos de igualdade. Fazer com que as mulheres e os homens tenham condições iguais de oportunidades. Que elas possam partir de um mesmo patamar que os homens”, defende Patrícia Alba (MDB), que preside o movimento feminino dentro da sigla.
No que tange às profissões, segundo os dados fornecidos pelos próprios parlamentares, 40% se autodeclaram deputados, enquanto que os demais variam entre vereador, servidor público, advogado, empresário e afins. Entretanto, considerando as formações acadêmicas e o histórico de trabalho dos parlamentares, a nova legislatura terá um currículo de variadas profissões. Da segurança pública, três têm passagem pela Polícia Civil, enquanto um é das Forças Armadas. Professores são cinco, de alfabetizadores a docentes universitários, passando pela direção de escolas tanto públicas quanto privadas. Músicos, médicos, profissionais de carreira de bancos públicos e dos Correios, agricultor e sociólogo também devem ocupar assento no Palácio Farroupilha.
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*Supervisão Mauren Xavier