Decretos de Bolsonaro sobre armas serão revogados, diz membro da equipe de transição

Decretos de Bolsonaro sobre armas serão revogados, diz membro da equipe de transição

Informação foi repassada pelo senador eleito Flávio Dino, que integra grupo técnico de justiça e segurança, nesta quinta-feira

R7

Presidente da República, Jair Bolsonaro

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O senador eleito e integrante do grupo técnico de justiça e segurança pública da equipe de transição, Flávio Dino (PSB), afirmou, nesta quinta-feira (17) que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve revogar os atos assinados por Jair Bolsonaro (PL) que aumentaram o acesso da população às armas de fogo.

"Não há dúvida que é o escopo principal do grupo, porque é um compromisso do presidente Lula e temos que ter um duplo olhar. O primeiro é olhar daqui para frente. Nós temos uma lei vigente, o estatuto de desarmamento, que foi objeto de desmonte por atos infralegais, atos abaixo da lei, decretos, portarias. Isso, sem dúvidas, é um tema fundamental do grupo de trabalho. É um tema que o presidente Lula escolheu e foi aprovado pela sociedade brasileira”, afirmou Dino.

"O tema daqui para trás exige algumas reflexões. A primeira é: existe direito adquirido a faroeste? Não! Existe direito adquirido de andar com fuzil e metralhadora? Não também. Imaginemos a situação de um medicamento que hoje é permitido e amanhã será proibido. Alguém terá direito adquirido a tomar esse medicamento? Não", acrescentou.

Dino informou que o ex-ministro Aloizio Mercadante, responsável pela coordenação dos grupos técnicos, pediu para que a área encaminhe, no dia 30 de novembro, um relatório com a indicação dos atos relacionadas às armas de fogo que devem ser revogados.

Mais armas de fogo

Como o R7 mostrou, o número de lojas de armas aumentou 143% de 2018 a 2021. O quantitativo de novas permissões de estabelecimento passou de 237 para 577. No mesmo período, o número de pessoas físicas com registro de colecionador, atirador e caçador (CAC) saltou de 117.467 para 515.253, um crescimento de 338%.

Durante a campanha eleitoral, Lula defendeu maior restrição para a obtenção de arma de fogo. De acordo com Flávio Dino, é possível que haja efeito imediato com as eventuais medidas tomadas pelo petista, que tomará posse em 1º de janeiro de 2023.

"Então é possível que haja um efeito imediato, inclusive no que se refere aos arsenais já existentes, sim, é possível. Agora, a questão do mérito o grupo ainda vai tratar e fazer uma proposta ao presidente. O conceito fundamental é a Lei de 2013, o estatuto do desarmamento. E o que está em circulação? Provavelmente vai haver uma modulação, no sentido de aquilo que for de grosso calibre deverá ser devolvido, e algum tipo de recadastramento, no que se refere aos clubes de tiro."

Decretos

As normas editadas pela Presidência da República propõem uma série de medidas destinadas a desburocratizar a aquisição de armamento e munição por agentes de segurança e grupos de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs). As alterações flexibilizam os limites para compra e estoque de armas e cartuchos.

Entre as mudanças estão o aumento, de quatro para seis, do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo, a possibilidade de substituir o laudo de capacidade técnica - exigido pela legislação para colecionadores, atiradores e caçadores - por um "atestado de habitualidade", emitido por clubes ou entidades de tiro.

Outra alteração é a permissão para que atiradores e caçadores registrados comprem até 60 e 30 armas, respectivamente, sem necessidade de autorização expressa do Exército.

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