Bolsonaro volta a defender apuração paralela de militares
Presidente evitou responder caso o modelo eleitoral atual seja mantido e TSE não acate sugestões feitas pelas Forças Armadas
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender, nesta sexta-feira (22), uma apuração paralela feita pelas Forças Armadas nas eleições deste ano.
"Quais são as sugestões? Uma das é a apuração semelhante à da Mega-Sena da Caixa. É simples, pessoal. Tem gente que desconfia da Mega-Sena", disse Bolsonaro durante conversa com jornalistas em um posto de combustível em Brasília.
No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou as Forças Armadas para participarem da Comissão de Transparência das Eleições (CTE). Os militares enviaram uma série de sugestões, que foram rejeitadas pela Corte.
Em relatório, o TSE mostrou erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas eletrônicas e afirmou que várias das medidas indicadas, como necessárias para ampliar a integridade do pleito, já são adotadas.
Sem dar mais detalhes, o presidente informou que a equipe dos militares já tem computadores para a realização da totalização dos votos. "Se quiser botar [ao lado] da OAB, bota".
"Nós temos muito tempo pela frente. Eu vou dar golpe em mim mesmo? Vou dar autogolpe?", destacou Bolsonaro. Questionado se entregará a faixa presidencial em eventual derrota e com o modelo eleitoral atual, respondeu: "Você está louca que eu fale "não", né? Você está louca, né? Manchete, manchete".
Embaixadores
Na última segunda-feira (18), em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro, levantou novamente suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou ministros do TSE e do STF.
Após o encontro, as embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido, por meio de nota, afirmaram confiar no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas. Na conversa com jornalistas, a reportagem do R7 questionou Bolsonaro sobre as declarações do corpo diplomático.
"Tem embaixador americano no Brasil? Não. Então você não pode falar de embaixadas", disse o presidente.
Atualmente, a Embaixada dos Estados Unidos não tem embaixador. Porém, estava presente na reunião com Bolsonaro, na segunda-feira, o encarregado de negócios Douglas Koneff, que é o principal nome da estrutura norte-americana.