"Petrobras pode mergulhar Brasil no caos", diz Bolsonaro sobre nova alta da gasolina

"Petrobras pode mergulhar Brasil no caos", diz Bolsonaro sobre nova alta da gasolina

Aumento no preço dos combustíveis foi aprovado em reunião do conselho da estatal e deve ser anunciado nesta sexta-feira

R7

Presidente voltou a criticar decisões da Petrobras a respeito dos combustíveis

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Petrobras “pode mergulhar o Brasil num caos” em caso de novo aumento nos preços dos combustíveis. A declaração foi dada pelas redes sociais na manhã desta sexta-feira (17), data em que o reajuste deve ser anunciado pela estatal, após aprovação da medida pelo Conselho de Administração da petrolífera.

“A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, disse Bolsonaro.

 

O presidente declarou que o governo federal é contra o reajuste, mencionando que a União é acionista da empresa. “Não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais.”

O aumento no preço da gasolina e do diesel deve ser anunciado nesta sexta. A decisão foi aprovada pelo conselho da estatal em uma reunião extraordinária realizada em pleno feriado, na tarde da quinta-feira (16).

Com o encontro o presidente do conselho, Márcio Weber, pretendia fazer a petrolífera segurar por mais algum tempo o reajuste dos combustíveis, como foi solicitado por Bolsonaro, mas a diretoria decidiu manter o que já estava planejado. Os novos preços devem entrar em vigor na próxima semana.

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A medida atende a uma demanda do mercado, por uma defasagem de 15% a 20% nos preços desses dois produtos nas refinarias da Petrobras. O diesel está há mais de 30 dias sem reajuste, e a gasolina não tem aumento há três meses. A pressão era para que se alinhassem os valores desses combustíveis aos preços internacionais.

A Petrobras tem como política de preços o PPI (Preço de Paridade Internacional), implementada em 2016 pelo governo Michel Temer. Esse modelo faz com que o cálculo para a definição dos preços dos combustíveis considere os custos de importação, incluindo transporte e taxas portuárias, e o preço do petróleo no mercado internacional, com os valores em dólar.

Bolsonaro já havia dito que a Petrobras preparava um novo aumento nos preços dos combustíveis. Nesta quinta, em entrevista à jornalista Leda Nagle, ele também afirmou que tem dificuldade para fazer a troca no comando da estatal.

"Eu não tenho comandamento sobre a Petrobras. A Petrobras está dando dica que quer aumentar de novo. Não interessa quanto seja, já está um absurdo o preço dos combustíveis lá na refinaria", disse.

No fim do mês passado, Bolsonaro informou que o químico José Mauro Ferreira Coelho, empossado havia 40 dias, foi demitido do cargo de presidente da Petrobras. Caio Mario Paes de Andrade, do Ministério da Economia, foi indicado para substituí-lo. A mudança na estatal pode levar até 60 dias por causa das regras internas.

"Nós somos os acionistas que têm o maior número de papéis, mas não temos o poder de mudar rapidamente", declarou. "Estamos há um mês tentando trocar o presidente da Petrobras e não conseguimos. Não resolveu.

Governo tentou barrar aumento

Emissários do governo se reuniram na noite da última segunda-feira (13) com a diretoria da Petrobras para tentar impedir o aumento de combustíveis que a estatal deve anunciar nesta sexta. A ideia é reajustar o preço da gasolina em 9% e o do diesel em 11% como forma de amenizar a defasagem de valores entre o mercado interno e o mercado internacional.

O governo teme que o aumento anule os esforços para aprovação de projeto no Congresso que limita o teto do ICMS em 17% para uma série de itens, entre eles os combustíveis. Bolsonaro é crítico da política adotada pela Petrobras, a Preços de Paridade Internacional (PPI), que faz com que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.


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