Pacheco diz que há "estado paralelo" na região onde jornalista e indigenista desapareceram

Pacheco diz que há "estado paralelo" na região onde jornalista e indigenista desapareceram

Bruno Araújo e Dom Phillips estão desaparecidos desde o último dia 5. Presidente do Senado afirmou que Congresso precisa agir

R7

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, falou em sessão nesta segunda-feira

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta segunda-feira (13) que o Congresso Nacional precisa dar uma resposta em relação à situação da criminalidade que atua na floresta amazônica brasileira, especificamente na região do Vale do Javari, no Amazonas, onde desapareceram no último dia 5 o indigenista Bruno Araújo e o jornalista britânico Dom Phillips. Pacheco frisou que existe um "estado paralelo" na região.

"O que se identifica nessa reportagem [do programa Fantástico no último domingo, 12] é um estado paralelo comandado por crime organizado de tráfico de drogas transnacional, tráfico de armas, supressão vegetal ilegal, que é nosso maior probema de meio ambeinte no Brasil e na imagem do Brasil lá fora, o garimpo ilegal, que move pequenas organizações que se valem daquelas riquezas, e os atentados aos povos da floresta", disse no início da sessão.

Pacheco afirmou que as comissões de Meio Ambiente (CMA), de Constituição e Justiça (CCJ) e de Direitos Humanos (CDH) precisam se organizar para identificar quais os reais problemas da região amazônica. Em seguida, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um requerimento de criação de uma comissão externa temporária com as três comissões para apurar crimes no Vale do Javari. O pedido vai ser analisado por Pacheco.

"Não apenas por esse acontecimento, mas por todo o contexto de um estado paralelo que se impõe em um lugar, e que infelizmente o estado brasileiro não consegue preencher suficientemente. É motivo de alerta e reação do Senado Federal", declarou o presidente. O senador afirmou que a região, e também outros estados que compõem a floresta amazônica, vivem "um problema gravíssimo de criminalidade organizada".

"Segundo se sabe, Bruno vinha denunciando uma série de irregularidades, de crimes praticados naquela região, de atentados contra indígenas, de descumprimento da lei, de um estado paralelo ali implantado e que vinha então sendo denunciado por ele", disse.

Pacheco ressaltou que se o pior cenário se confirmar, com a morte de Bruno e Dom, "é uma situação das mais graves no Brasil". "Para além do sentimento humano da vida que se perde num atentado dessa natureza há uma ofensa ao estado brasileiro, às instituições, gravíssima. E nós, do Senado, não podemos tolerar essa atrocidade", pontuou.

O senador afirmou que "independentemente de partido, o Senado, enquanto instituição, precisa reagir com os instrumentos à disposição contra a criminalidade organizada que se revela está instalada nessa região do Amazonas e certamente em outros estados da federação".

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