Ministro da Justiça nega crise com polícias e que já fez o que pôde em relação a reestruturação
Torres falou que já mandou medidas ao Ministério da Economia,e que agora são questões econômicas: "Tenho o meu limite"
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados que já chegou no seu limite sobre a reestruturação das carreiras de policiais federais. Segundo Torres, a questão agora cabe ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A fala foi feita durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Casa, em visita que não estava na agenda da comissão, mas que já havia sido acordada com o presidente Aluísio Mendes (PSC-MA).
"O Ministério da Justiça mandou as medidas provisórias para o Ministério da Economia com a proposta de reestruturação das carreiras e as questões agora são econômicas. Não estão afetas à minha pasta", disse, após ser questionado pelo deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) sobre o aumento prometido às categorias de policiais.
O ministro afirmou que, no geral, essas tratativas são feitas no Ministério da Economia, mas que desta vez a Justiça atuou, realizando reuniões com parlamentares e federações. "A nossa parte está sendo feita com extremo respeito de acordo com o que foi tratado. Agora, eu tenho os meus limites e teto de atribuições. A gente chegou no limite", disse.
Torres frisou que o ministério já mostrou a situação e entende que as forças de segurança foram uma das poucas categorias que não pararam durante a pandemia.
" Vários policiais perderam sua vida para Covid. É mais do que justo e necessário essa valorização. Então, veja, é hora de reconhecer todo um trabalho que foi feito, sem desmerecer nenhuma outra categoria ou profissão", disse.
Apesar do cenário de insatisfação dos policiais, ao ser questionado pelo R7 se o governo iria conseguir reverter os desgates a tempo das eleições, o ministro negou que haja crise com as polícias. "A gente tem discutido, são temas que não sao simples matemática. Mas não há desgaste. A gente vai resolver isso muito em breve", afirmou.
Há meses, policiais federais pedem reajuste salarial e reestruturação da carreira. A situação se agravou depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu, no fim do ano passado, um reajuste a agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional neste ano.
No fim do ano passado, o governo articulou no Congresso R$ 1,7 bilhão no Orçamento para reajuste de servidores e prometeu conceder aumento a categorias de policiais.
A postura do governo gerou questionamentos e movimentos de outras categorias, que passaram a pedir isonomia por parte da gestão pública. Guedes já defendeu um reajuste de 5% a todos os servidores, mas a notícia gerou mais insatisfação dos policiais federais, que continuam realizando protestos por reajustes salariais.