"Não vou dizer que não tem corrupção no Brasil", diz Bolsonaro
Presidente da República ainda destacou que, se houver casos, contribuirá com o Poder Judiciário durante a investigação
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O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (29), que não vai dizer que há corrupção no país e, na sequência, relatou não saber se há casos do tipo em seu governo, iniciado em 2019. "Nós estamos limpando a casa. Praticamente acabamos com a corrupção. Não vou dizer que não tem corrupção no Brasil. Se tem, eu não sei. Pode aparecer? Pode. Se aparecer, a gente vai colaborar com o poder Judiciário para investigar e ver de quem é a responsabilidade", afirmou.
De acordo com o presidente, o país não pode retroceder. "O Brasil, apesar dos problemas, levando-se em conta o que acontece no mundo, vai muito bem", disse Bolsonaro. Um dos casos mais emblemáticos envolvando a suspeita de corrupção ocorreu recentemente no Ministério da Educação. Em março, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o suposto esquema de tráfico de influência envolvendo o então ministro, Milton Ribeiro, e pastores que frequentam a pasta, mas que não têm cargo público.
A corporação vai avaliar se os religiosos influenciaram o envio de verba para municípios em troca de propina, se o na época ministro da Educação sabia das irregularidades e se colaborou com elas. As diligências estão a cargo do delegado Bruno Caladrini.
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Durante reunião no ministério, Ribeiro afirmou que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores (Gilmar Santos e Arilton Moura). O áudio foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo e, segundo o ministro, o pedido partiu do próprio Bolsonaro.
"Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar. Apoio. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas", disse no áudio.
Em nota, Ribeiro blindou Bolsonaro e negou irregularidades. O presidente, por sua vez, disse na tradicional live, feita no dia 24 de março, que botaria a cara no fogo pelo então ministro. Ribeiro deixou o cargo após o escândalo.