Embaixador brasileiro na ONU pede cautela em relação às sanções contra Rússia
Ronaldo Costa Filho afirmou que "medidas aumentam os riscos de um confronto mais amplo e direto entre a Otan e a Rússia"
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Durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), neste domingo, o representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, embaixador Ronaldo Costa Filho, pediu cautela em relação às sanções econômicas aplicadas contra a Rússia. As sanções têm sido aplicadas e discutidas depois que o país invadiu a Ucrânia na última semana e iniciou uma série de ataques, inclusive contra civis.
Costa manteve a posição brasileira que condenou os ataques, mas pediu também atenção dos países em relação ao fornecimento de armas à Ucrânia. De acordo com ele, esta postura pode ampliar ainda mais os conflitos.
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O fornecimento de armas, o recurso para ciberataques e a aplicação de sanções seletivas, que podem afetar setores como fertilizantes e trigo, com forte risco de fome, acarretam o risco de agravar e espalhar o conflito e não de resolvê-lo. Não podemos ser alheios ao fato de que essas medidas aumentam os riscos de um confronto mais amplo e direto entre a Otan e a Rússia", afirmou.
O embaixador ressaltou que é dever do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral, "parar e reverter essa escalada". "Precisamos nos engajar em negociações sérias, de boa fé, que possam permitir a restauração da integridade territorial da Ucrânia, garantias de segurança para a Ucrânia e a Rússia e estabilidade estratégica na Europa", pontuou.
Ronaldo Costa Filho afirmou que desde sexta-feira, quando expôs preocupação sobre questões de segurança dentro e em volta da Ucrânia, nada mudou. "Pelo contrário, na verdade. Enquanto falamos, o número de vítimas, o sofrimento humano e os riscos para a paz e a segurança internacionais continuam aumentando a cada hora", relatou.
O embaixador reiterou o apelo que fez para o fim do conflito. "Ao renovarmos nossos apelos por um cessar-fogo imediato, também apelamos à Ucrânia e à Rússia para que facilitem a retirada de todas as pessoas que desejam deixar o território ucraniano. O Brasil já deseja expressar sua gratidão à Polônia, Eslováquia, Hungria, Moldávia, Romênia e outros que estão facilitando a saída de pessoas que fogem do conflito, em especial brasileiros e latino-americanos", frisou.
O Itamaraty informou neste domingo que 80 brasileiros já conseguiram deixar a Ucrânia. Ainda constam, no entanto, cerca de 100 brasileiros registrados na lista da embaixada brasileira em Kiev que continuam em solo ucraniano.