Calendário eleitoral intensifica articulações para eleições de outubro
Março é considerado determinante para definições do panorama das disputas pelo Estado e país
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Com a chegada de 2022 e a definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a respeito do calendário oficial para as eleições deste ano, partidos e políticos intensificaram suas preparações. No Rio Grande do Sul, onde as movimentações, principalmente as que tratam da corrida pelo governo do Estado, já são visíveis desde o ano passado, lideranças partidárias projetam o mês de março como determinante para precisar o cenário que irá se apresentar no pleito deste ano. O primeiro turno será realizado em 2 de outubro e, o segundo, em 30 de outubro.
São dois os motivos principais do calendário eleitoral que tornam março um mês decisivo. O primeiro é que os 30 dias entre 3 de março e 1º de abril foram os estabelecidos como o período da chamada janela partidária. O segundo é a série de limitações impostas a partir da data que marca os seis meses que antecedem a eleição. Em 2022 o dia do corte é 2 de abril. Assim, esse será o prazo final de três encaminhamentos: para que os chefes dos Executivos (presidente da República, governadores e prefeitos) que desejem concorrer a outros cargos que não à reeleição renunciem aos mandatos atuais; para que todos os candidatos estejam com suas filiações deferidas pelas siglas pelas quais pretendem concorrer; e para que todos os partidos e federações partidárias obtenham registro dos estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Da mesma forma que a janela partidária, as limitações impostas pela data-corte dos seis meses acontecem em todos os anos eleitorais, e os políticos se preparam para elas. A novidade, em 2022, fica por conta da possibilidade da formação de federações partidárias, que já estão movimentando as articulações no cenário nacional, com impacto direto no Rio Grande do Sul.
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Janela Partidária começa no dia 3 de março
Durante a janela partidária, deputados federais, estaduais e distritais podem trocar de legenda para concorrerem ao pleito de outubro sem risco de perderem o mandato. A janela acontece em todos os anos eleitorais, sendo a alternativa prevista para os que estão insatisfeitos com suas siglas. Mas, neste ano, por uma série de motivos, a expectativa é de que as transferências tenham um incremento.
No RS, elas já vêm dando vitrine a algumas siglas. Há a perspectiva de que pelo menos um dos pré-candidatos ao governo, o ministro Onyx Lorenzoni, atualmente no Dem, troque de partido. Como forma de viabilizar a pré-candidatura ao Palácio Piratini e, ao mesmo tempo, garantir palanque ao presidente Jair Bolsonaro, ele aguarda a janela para, a exemplo de Bolsonaro, se filiar ao PL. Além de Onyx e outros integrantes do Dem, a sigla espera receber deputados do PSL (partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018) identificados com o bolsonarismo, e até detentores de mandato do PSB e do PDT.
O processo de fusão entre o Dem e o PSL que resultará na saída de grupos de bolsonaristas como o de Onyx também tem desdobramentos inversos. O novo partido, originário da junção das duas legendas, o União Brasil, se organiza para atrair dissidentes de outras agremiações. No Rio Grande do Sul, um dos casos mais visíveis é o do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato, que presidirá o diretório regional da nova sigla. Busato é uma das lideranças do PTB que optou pela saída após os episódios, no ano passado, envolvendo o então presidente nacional, Roberto Jefferson, atualmente preso e afastado do comando partidário.
Os ‘expurgos’ envolveram ainda outros expoentes petebistas, como o vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior, que foi para o PSDB, mesmo partido do governador Eduardo Leite, e hoje também se apresenta como pré-candidato ao governo, e o deputado federal Maurício Dziedricki, que rumou para o Podemos. Tanto o União Brasil quanto o Podemos e o PL trabalham para atrair mais petebistas durante a janela partidária, mesmo que agora, com o afastamento de Jefferson, exista um movimento forte dentro do partido no RS para conter as migrações.