Manifestações por voto impresso ocorrem em várias regiões do Brasil
Tendência é que proposta de emenda do voto auditável seja derrotada no Congresso
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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazem manifestações neste domingo (1), em vários locais do Brasil, pedindo a volta do voto impresso. Na Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, os manifestantes revezam-se em discursos nos carros de som dos organizadores, repetindo argumentos do presidente Jair Bolsonaro contra a votação exclusivamente digital.
Eles também fazem ataques a alvos diversos, desde parlamentares a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Também há críticas à imprensa profissional e a partidos políticos, especialmente de esquerda. O protesto reúne pessoas distribuídas ao longo de seis quarteirões da orla.
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Manifestantes vestidos com camisa da Seleção Brasileira, alguns com bandeiras do Brasil e muitos sem máscaras, carregam cartazes pedindo o voto impresso. Em volta de um dos carros de som, do Movimento Conservador, os manifestantes gritavam "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".
O youtuber Bruno Jonssen disse que a vontade popular pelo voto impresso é superior ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Barroso tem defendido o voto eletrônico. "Isso é democracia" discursou o youtuber.
Barroso e outros ministros do STF têm defendido o voto exclusivamente eletrônico. Argumentam que a votação digital já é auditável. Dizem que, se houver a possibilidade de uma recontagem de votos impressos, candidatos derrotados tenderão a pedir recontagem.
Também há preocupação com a possibilidade de mobilização, via redes sociais, de eleitores inconformados com a derrota de seus candidatos. Poderiam pressionar os escrutinadores do voto impresso e criar um ambiente favorável a soluções extraconstitucionais - por exemplo, um golpe.
O presidente Jair Bolsonaro, que venceu várias eleições por voto exclusivamente eletrônico, tem exigido que o pleito de 2022 tenha voto também impresso. Indica que não aceitará o resultado apenas digital. Explicitou essa posição principalmente depois que pesquisas indicaram que sua popularidade caía e que não seria reeleito hoje.
Discurso sem provas
Em um discurso confuso em defesa do voto impresso e novamente sem apresentar provas de fraude nas eleições, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo que, "se preciso for", fará um convite para que o "povo de São Paulo" se pronuncie sobre mudanças no sistema de votação.
"Se o povo lá disser que o voto tem que ser auditado, que a contagem tem que ser pública, e que o voto tem que ser impresso, na forma como se propõe a PEC da (deputada) Bia (Kicis), tem que ser desta maneira", disse Bolsonaro.
No ato deste domingo, Bolsonaro voltou a citar supostas irregularidades em eleições ocorridas em São Paulo. Ele não se aprofundou sobre a questão nem forneceu argumentos que embasassem sua desconfiança.
O presidente não explicou por que e como seria feita uma eventual consulta à população de São Paulo sobre o voto impresso. O Estado tem o maior colégio eleitoral do País. Bolsonaro também não citou a possibilidade de consulta a outras unidades da Federação e não explicou por que apenas São Paulo seria ouvida.