Eduardo Bolsonaro nega corrupção e justifica compra de leite condensado

Eduardo Bolsonaro nega corrupção e justifica compra de leite condensado

Deputado afirmou que item é recomendado para quem faz muitas atividades físicas e que compra atende militares, universidades, hospitais e outros

Correio do Povo

Deputado defendeu que item se tornou um símbolo do pai

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Um dia depois reportagem revelar que os gastos alimentícios do governo federal somaram mais de R$ 1,8 bilhão em 2020, o Portal da Transparência saiu do ar na manhã desta quarta-feira. Depois, e os filhos do presidente Jair Bolsonaro foram às redes sociais defender as aquisições, que incluem R$ 15 milhões gastos com leite condensado. O deputado Eduardo Bolsonaro escreveu no Twitter que a gestão do pai tem "zero corrupção" e afirmou que os montantes são altos pois servem para alimentar militares e centros de ensino e de saúde.

"Zero corrupção no governo Jair Bolsonaro. O que resta pra esquerda e imprensa? Mentir e distorcer. Os gastos com leite condensado e outros itens vem da alimentação anual de quase 400 mil militares e também são direcionados a universidades, hospitais e outros órgãos federais", escreve o Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Ele apontou que do total gasto com leito condensado, R$ 14,2 milhões (91%) foram para o Ministério da Defesa. "O item é um produto calórico indicado a quem faz muitas atividades físicas e serve de base para a elaboração de vários outros alimentos comuns a mesa dos brasileiros como bolos", escreveu. Assim, conforme o deputado, os valor seria alto devido ao efetivo das Forças Armadas de 334 mil homens e mulheres do serviço ativo. "Com este valor poderia-se comprar pouco mais de 6.500 latas de leite condensado/dia, algo bem razoável para uma tropa de 334.000 militares,...", argumentou.

"Assim, sem apontar qualquer suspeita de desvio ou superfaturamento,os afoitos que já pediam o impeachment de um presidente honesto por esta informação disponível no portal da transparência do governo, parece que de fato algo está faltando a eles sim: a teta que estavam acostumados", completou o filho do presidente. Ele afirmou que o produto foi escolhido por ter virado uma marca do pai e lembrou que o item esteve presente em seu café da manhã com John Bolton, ex-assessor de segurança nacional de Donald Trump, em sua residência no Rio de Janeiro durante a transição em 2018.

Carlos Bolsonaro

Já o vereador Carlos Bolsonaro deu uma resposta direta à deputada Sâmia Bomfim, que questionou os números. "Se vossa excelência é capaz de consumir tudo isso sozinha, respeito, porém os gastos aos quais você se refere correspondem a todo o Poder executivo Federal, incluindo Presidência, Vice-Presidência, Ministérios, Estatais, Forças Armadas e Autarquias, além de programas sociais", disse.

Ele também compartilhou um link de ais de 222 mil famílias receberam 401,6 mil mantimentos em 2020. Isso foi possível com um recurso federal de R$ 45 milhões, que permitiu a distribuição de cestas de alimentos aos povos tradicionais. São grupos como indígenas, quilombolas e ribeirinhos que foram afetados pela Covid-19.


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