Sem anunciar pré-candidato, PT faz ato e tem nova presidente em Porto Alegre

Sem anunciar pré-candidato, PT faz ato e tem nova presidente em Porto Alegre

A expectativa era de que o nome do partido fosse anunciado neste sábado

Correio do Povo

A deputada Laura Sito comandará o partido nas eleições de 2024

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Nova presidente do PT de Porto Alegre, a deputada estadual Laura Sito assumiu o comando do partido, neste sábado, com a missão de pacificar os ânimos e unir vertentes a fim de apresentar o nome que representará o partido nas eleições de 2024. Ao longo da semana, um imbróglio envolvendo as possíveis candidatas à prefeitura acirrou os embates dentro do diretório, conforme adiantado pela repórter Flavia Bemfica.

A expectativa era de que o nome do partido que deverá encabeçar as negociações fosse oficialmente anunciado durante a convenção deste sábado, junto da nova diretoria, mas o racha não foi selado na reunião do diretório na sexta-feira à noite. A decisão ficou, então, para a próxima reunião do diretório, dia 17 de novembro. 

O nome da deputada federal Maria do Rosário, que detém apoio de maioria do diretório, já era considerado certo, mas a deputada estadual Sofia Cavedon - que pertence a outra vertente do partido - também se colocou como candidata, ventilando a possibilidade da realização de prévias para escolha do representante da sigla.

O movimento causou tumulto interno, ainda que nos bastidores neguem quaisquer chances de outro nome ser escolhido se não o de Rosário. A fim de não acirrar ainda mais os ânimos, os próximos dias serão de diálogo, afirmou Laura Sito. "Uma votação presume que alguém perdeu", disse Laura, ao relatar os motivos pelos quais o nome não foi definido na noite de sexta-feira.

Maria Celeste, que passou o comando do partido a Laura Sito, também demonstrou insatisfação, afirmando sua preocupação com os danos que uma possível prévia poderia gerar na sigla, dificultando o processo eleitoral no futuro.

Maria do Rosário (e) e Sofia Cavedon (d) são pré-candidatas da sigla. Foto: Fabiano do Amaral

Apesar dos impasses, discurso oficial é de união

O discurso oficial, entretanto, é de união. Apesar disso, o clima no auditório da Fetraf, na manhã deste sábado, passava outra mensagem. Aclamada, Maria do Rosário chegou cedo e ocupou o seu lugar na frente, angariando ainda apoio dos filiados entre as manifestações e cantigas relacionamento seu nome a "prefeita".

O racha estava visível. Não somente porque Sofia chegou perto das 11h (ou seja, mais de uma hora do início do evento), mas também pela sua expressão dura e incapacidade de sentarem lado a lado, com o que o ex-governador Olivio Dutra atuando como parede entre as deputadas.

Entre os filiados, a divisão era exposta por meio de adesivos: quadrado, com os dizeres: "só a democracia constrói a unidade da esquerda", com o nome de Sofia; e o redondo, com "Maria do Rosário prefeita". 

As envolvidas apresentam diferentes versões. Rosário segue a cartilha do que o diretório tem buscado apresentar, de que é necessário união. É firme, inclusive, ao afirmar que se as prévias internas acontecerem, não colocará seu nome à disposição.

Sofia busca diminuir os ruídos que 'tirou' seu nome, afirmando sua posição enquanto pré-candidata. Segundo ela, caso o consenso não seja criado até o dia 17, se definirá, então, o método de escolha, o qual ela defende que seja através de votação entre os delegados partidários, conforme determina o estatuto do partido. A deputada também defende a realização de primárias entre os partidos de colisão.

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Representantes de esquerda 

Buscando seguir o modelo do que foi feito em 2022, quando Lula foi eleito presidente através de uma frente ampla, representantes de outros partidos à esquerda estiveram presentes no ato político, a fim de mostrar que o campo deverá apresentar candidato em conjunto.

Laura Sito, que assumiu o diretório do partido, afirma que também irá conversar com o PDT e o PSB. Lideranças partidárias estiveram presentes, a fim de reforçar a mensagem. A deputada estadual e presidente do PCdoB de Porto Alegre, Bruna Rodrigues, foi uma delas. Assim como a presidente estadual do PSol e deputada estadual Luciana Genro. Em sua fala, a deputada defendeu, inclusive, a realização de primárias, processo em que os candidatos dos diferentes partidos que estão coligados disputam a cabeça de chapa. "É uma excelente fórmula para que possamos encontrar o melhor nome e o melhor programa", disse. 


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